quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

NOMES MUDADOS

“O chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel o de Beltessazar, e a Hananias o de Sadraque, e a Misael o de Mesaque, e a Azarias o de Abede-Nego.” (Dn 1:7)

Qual teria sido o motivo que levou o chefe dos eunucos a mudar os nomes dos jovens príncipes de Judá? Seria porque os nomes Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego eram mais bonitos? Acho que não, porque afinal esses nomes são até bem “feinhos”, não acha? Ou pelo menos, estranhos! Na minha opinião os nomes Daniel, Misael, Hananias e Azarias eram mais charmosos!

Contudo, eles tiveram seus nomes mudados. Imagino o chefão chegar perto deles e simplesmente informar: “De hoje em diante o nome de vocês será: isso, isso, aquilo e mais aquilo” e ponto final. É uma situação curiosa e constrangedora! Imagine: Você está “acostumadinho” com o seu querido nome e, de repente, é obrigado a aceitar outro nome!

Afinal, mudar o nome de uma pessoa não é tão simples assim! No aspecto emocional e psíquico do ser humano, o nome representa identidade e influi na formação da pessoa, muito mais do que imaginamos. Criamos dependência emocional ligadas ao nome, ao lugar onde vivemos, à formação educacional que recebemos, e aos costumes que adquirimos.

Assim, tirar tudo isso de alguém, de uma hora pra outra, significa puxar o tapete dessa pessoa, deixando-a desnorteada e com sérias crises existenciais! Sabe-se que durante a escravidão, muitos escravos africanos quando foram arrancados de sua terra e levados para outros continentes, adoeceram de tristeza e nostalgia e alguns até morreram, por não conseguirem se adaptar em terras estranhas.

Pense agora nos jovens príncipes de Judá que foram levados a Babilônia, e que tiveram até os seus nomes mudados! Será que a intenção era fazer com que eles esquecessem sua origem? Quem sabe, fazer com que eles até desistissem de um dia tentar regressar ao seu país? Isso tudo é possível, porém, no caso de Daniel e seus amigos, qualquer esforço de tentar fazê-los abdicar de sua gente, de sua terra, de seu Deus, foi absolutamente inútil!

Pois lá mesmo onde estavam, no meio de um império idólatra, eles jamais se esqueceram do Deus Altíssimo e, consequentemente, não poderiam esquecer nunca das leis do Senhor! Por mais adversas que fossem as circunstâncias, eles tinham consciência da presença de Deus! Ora, mudar o nome de uma pessoa não significa mudar a pessoa! E isto, Daniel e seus amigos deixaram bem claro!

Os três companheiros de Daniel gritaram bem alto o seu verdadeiro nome quando enfrentaram a fornalha ardente! Ali, eles estavam dizendo: “Nós cremos no Deus Altíssimo e não vamos nos ajoelhar diante de uma estátua!” Da mesma forma, Daniel, não teve nenhuma crise de identidade quando enfrentou a cova dos leões, por se recusar a dirigir preces ao rei Dario, e por decidir continuar orando ao Deus Altíssimo!

E os cristãos, hoje? É possível identificá-los por nomes? Haveria alguma crise existencial que impedisse o cristão de identificar-se? Em meio a tanta incredulidade, incertezas, heresias, falsidades, haveria algum cristão com dificuldade para identificar-se com Cristo? Observe como o Senhor Jesus expôs uma relação de perfeita identificação entre Ele e seus seguidores:

“Em verdade, em verdade vos digo: O que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta, esse é pastor das ovelhas. Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelos nomes as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem porque lhe reconhecem a voz; mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele porque não conhecem a voz dos estranhos.” (Jo 10:1-5)  


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