“Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real,
e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo
dos quais assistiriam diante do rei.” (Dn 1:5)
A ideia que fazemos de um prisioneiro é a de uma pessoa sofrida, sendo
maltratada, perseguida e, algumas vezes, condenada à morte. Hoje, a situação
mudou bastante, houve um avanço no modo como os prisioneiros devem ser tratados
- os defensores dos “direitos humanos” estão atentos para que não aconteçam
abusos.
O que vemos muito em filmes é a imagem de prisioneiros em condições
precárias, morando em celas gélidas, com goteiras, baratas e outros insetos,
além de ratos fazendo-lhes companhia. Quanto à alimentação mostram uma
“gororoba”, espécie de lavagem; imagino cascas de batata cozidas com milho
duro!
Entretanto, no caso de Daniel e seus amigos, tudo foi bem diferente! No
lugar de uma cela, eles foram morar no palácio do rei Nabucodonosor! E as
refeições? Nada de “marmitex”! Eles deveriam comer da mesma comida que o rei
comia! Teriam aulas durante três anos para aprender a língua, cultura e
costumes dos caldeus.
Assim, com tudo do bom e do melhor, alguém poderia achar que ser
prisioneiro nessas condições, qualquer um gostaria! Levar uma vida de rei?
Resta perguntar se esses jovens estavam felizes. E a resposta é: Não. Não
poderiam estar felizes, pois foram arrancados de seu país, do seu povo, da sua
gente e queriam afastá-los também do seu Deus!
Esses jovens, príncipes de Judá, tinham consciência de que tudo o que o
rei de Babilônia queria deles era usar a sabedoria, o preparo, as aptidões em
benefício do império babilônico. Ainda que eles estivessem dispostos a cumprir
seu papel em proveito do rei, porém, felizes eles não estavam.
É significativo lembrar que Daniel e seus amigos, apesar de todo o
preparo que eles tinham e ainda que possuíssem costumes, hábitos e postura de
príncipes, isso não mudava o fato de que se sentiam prisioneiros, cativos,
levados para uma terra estranha, forçados a conviver com pessoas de índole
pagã, costumes devassos, prática de feitiçarias, magia, adivinhação e toda
espécie de ações condenadas pelo Deus Altíssimo.
Agora, você deve ter mudado de ideia: “O quê? Ser príncipe nessas condições,
nem pensar! O melhor é fazer parte do “povão”. O que eu quero é ser povo! Mais
sensato e mais seguro é misturar-se com a multidão, vestir-se como eles, falar
gírias, igualzinho ao povo, discutir política com a turma e defender o time de
futebol que tenha a maior torcida!”
De que adianta ser príncipe? Vai que alguém queira sequestrar você só
porque você é um príncipe? E se decidirem cozinhar você em óleo ardente? Talvez
você esteja achando engraçado tudo isso, mas o que tem de cristão vivendo assim!
Escondendo o fato de ser um príncipe!
Na verdade, alguns cristãos não têm consciência de que são filhos do Rei.
A conduta deles, o modo de falar, a postura e, às vezes, até mesmo as atitudes,
não revelam que pertencem à linhagem real! É bom ressaltar que ser príncipes de
Deus, num mundo pecaminoso, não significa adotarmos atitude de desprezo com o
semelhante, mas sim, uma postura que honre ao Senhor Jesus!
“... exortamos, consolamos e admoestamos, para viverdes por modo digno
de Deus, que vos chama para o seu reino e glória.” ( I Tes 2:12)
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