DE QUEM SÃO ESSES OVOS?

“Como a perdiz que choca ovos que não pôs, assim é aquele que ajunta riquezas, mas não retamente; no meio de seus dias, as deixará e no seu fim será insensato”. (Jr 17:11)

Este texto sagrado revela a opinião do Deus Altíssimo a respeito das pessoas que têm por hábito se apropriar dos pertences alheios! O Senhor os compara com a perdiz, que ao encontrar um ninho cheio de ovos, acomoda-se confortavelmente sobre eles, como se fossem seus, e começa a chocá-los. Ora, ela nem se dá ao trabalho de saber o que vai sair daqueles ovos! Será que pelo fato de chocá-los, a natureza dos “filhotes” vai mudar? E se foi uma coruja que teve a iniciativa de construir aquele ninho e botou carinhosamente seus ovinhos ali? Os filhotes serão de perdiz ou de coruja? Qual é o princípio inserido nessa ilustração? O princípio do direito de posse, ora!

Então, se a perdiz deseja tanto construir uma família, que trabalhe para providenciar seu próprio ninho e se esforce para botar seus próprios ovos! A lição é muito clara! No entanto, o que tem de gente chocando ovos alheios! Entendo que seria muito proveitoso se esse texto sagrado fosse colocado nas escrivaninhas daqueles que detêm o poder para administrar os recursos que pertencem ao povo! Os impostos foram recolhidos pelos trabalhadores e empresários. Portanto, são recursos que possuem dono: o povo – a sociedade!

Assim, essa exortação do Deus Altíssimo, por certo, iria perturbar os corruptos, tirando-lhes a paz, o sono, pois estão acumulando bens e riquezas, por meios ilícitos, e que a Palavra do Senhor condena. Ora, os recursos monetários oriundos dos impostos que a sociedade paga, devem ser aplicados para o bem da sociedade, pois pertencem a ela. Qualquer desvio desses valores torna-se imoral, inaceitável, injusto, e acima de tudo, ofende a Deus!

Adquirir bens e riquezas, sem ser pelo mérito do trabalho, pode dar a impressão de esperteza, de levar vantagem, de passar os outros para trás; porém, o registro sagrado aponta para o que vai acontecer “às perdizes”. Observe: “no meio de seus dias as deixará”. Deixará o quê? As riquezas, ora! E de que forma as deixará? Através da morte, ora! Ou você conhece algum milionário que se eternizou pelo fato de ser milionário? Nenhum. Todos acabam deixando tudo para trás! E tem mais: “e no seu fim será insensato”. Insensato, por quê? Porque se esqueceu de Deus a quem tem de prestar contas!

E para aqueles que trabalham com afinco, e até honestamente, ou seja, enriquecem pelo mérito do trabalho, porém, não têm tempo para os interesses do Deus Altíssimo, fica a exortação que Cristo deixou quando falou de certo homem rico que trabalhava no campo e ficou muito feliz porque as suas lavouras produziram abundantemente. Os celeiros ficaram pequenos. Ele, então, construiu novos celeiros bem maiores. Guardou tudo ali. Imagino essa pessoa indo para casa, deitando numa rede, pedindo um suco,  ficou ali, “de papo pro ar.... Agora, sim... Tenho bens para muitos anos... Posso comer e beber e ficar aqui numa boa”! “Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus”. (Lc 12:20)

São duas situações diferentes: Aquele que enriquece sem trabalhar, apropriando-se daquilo que não lhe pertence, e aquele que trabalha muito, enriquece, mas não tem tempo para Deus. Ambos partem para a eternidade de mãos vazias e terão de prestar contas ao Deus Altíssimo. Ambos são declarados: Insensatos!

  

“Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. (Mt 6:31-33)