quarta-feira, 13 de novembro de 2013

SARAI E HAGAR

“Assim, Sarai, mulher de Abrão, tomou a Hagar egípcia, sua serva, e a deu por mulher a Abrão, seu marido, depois de ter Abrão habitado dez anos na terra de Canaã. Ele conheceu a Hagar, e ela concebeu. Vendo ela que concebera, desprezou a sua senhora. Então disse Sarai a Abrão: Sobre ti seja a afronta que me é dirigida. Pus a minha serva em teu regaço, e vendo ela agora que concebeu, desprezou-me. O Senhor julgue entre mim e ti.” (Gn 16:3-5)

Aí está o resultado de uma atitude que não leva em conta o propósito de Deus e o substitui por uma alternativa humana. Foi o que Sarai fez. Por achar que Deus estava demorando demais em lhe dar um filho, por sentir que suas possibilidades como mulher já haviam se esgotado, chamou Abrão e lhe entregou a escrava Hagar para, através dela, conseguir o descendente desejado.

Sarai não imaginava que sua serva egípcia, Hagar, haveria de se sentir a toda poderosa, a partir do momento que conseguiu engravidar. É possível que Abrão estivesse todo eufórico! Feliz com a ideia de ser pai! Talvez passasse a tratar Hagar com mais atenção e consideração. Já não a olhava mais como escrava, mas como a mãe de seu filho. Hagar, então, andava nas nuvens! Sentia-se importante! Mais importante que sua patroa, Sarai!

À medida que a sua barriguinha crescia, mais Hagar olhava Sarai com desdém! – Eu vou e posso ser mãe! Você, não! E quando Sarai se lembrava de que fora ela mesma quem arranjara aquela situação, só faltava chorar de desgosto: - Onde eu estava com a cabeça quando inventei esse teatro? E nesse momento, Sarai percebeu que “não dá para criar filhote de tigre como se fosse gatinho”. Enquanto o tigre é filhote, mostra-se engraçadinho, carinhoso, gosta de colinho, dá tapinhas inofensivos e a gente se diverte!

Mas um dia, o filhote de tigre vira tigre adulto e a natureza selvagem se revela. Só depende das circunstâncias, e ele não hesitará em atacar o próprio dono, aquele que o criou com carinho, afeto, achando que havia dominado para sempre a natureza hostil do bichinho. Este é um princípio que deve nortear as nossas vidas, em todos os sentidos. Não dá para pactuar com o perigo, sem que um dia sejamos vítimas dele.

Assim é que Hagar, a serva egípcia que desprezou a sua senhora, não é a única pessoa que tentou passar uma rasteira no seu superior. Este princípio está na natureza pecaminosa da humanidade. Neste sentido, o ser humano é levado a agir consoante ao caráter daquele que um dia ousou ser igual a Deus! Sim, Lúcifer ocupava uma posição de destaque na hierarquia dos anjos. Até o dia em que ele disse: “Subirei acima das mais altas nuvens; serei semelhante ao Altíssimo.” (Is 14:14) E foi banido da face do Senhor!

Contudo, analisando o episódio envolvendo Abrão, Sarai e a escrava Hagar, percebemos que eles, mais especificamente, Sarai e Abrão, criaram uma situação que poderia ter sido evitada. Sarai, por acaso, perguntou a Deus se Ele concordava que ela desse sua escrava ao marido para, através dela, terem um descendente? Não. Abrão, por acaso, perguntou a Deus se ele devia aceitar ou não a proposta de Sarai? Não. Fizeram tudo por acordo entre eles mesmos. Tanto é verdade, que o Deus Altíssimo não validou o resultado daquela união, como sendo o descendente que Ele havia prometido a Abrão!

Afinal, Deus já havia declarado de forma muito específica, que daria um filho a Abrão. Ainda que o filho nascido da escrava Hagar, fosse também filho de Abrão, contudo a aliança de Deus seria estabelecida com o descendente que Sarai daria a Abrão! Prevalece o que o Deus Altíssimo determinou e não o que a vontade humana considera razoável! Dessa forma, aprendamos: Fazer a vontade de Deus e não a nossa é o melhor caminho! “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12:2)


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