“Então saíram os reis de Sodoma, de Gomorra, de
Admá, de Zeboim e de Belá (esta é Zoar), e se ordenaram e levantaram batalha
contra eles no vale de Sidim, contra Quedorlaomer, rei de Elão, contra Tidal,
rei de Goim, contra Anrafel, rei de Sinear, contra Arioque, rei de Elasar:
quatro reis contra cinco. Tomaram, pois, todos os bens de Sodoma e de Gomorra,
e todo o seu mantimento, e se foram. Apossaram-se também de Ló, filho do irmão
de Abrão, que morava em Sodoma, e dos seus bens, e partiram. Porém veio um, que
escapara, e o contou a Abrão, o hebreu; (...) Ouvindo Abrão que seu sobrinho
estava preso, fez sair trezentos e dezoito homens dos mais capazes, nascidos em
sua casa, e os perseguiu até Dã. E, repartidos contra eles de noite, ele e os
seus homens, feriu-os e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco.
Trouxe de novo todos os bens, e também a Ló, seu sobrinho, os bens dele, e
ainda as mulheres e o povo.” (Gn 14:8-16)
Este texto sagrado, que apresenta pessoas, reis
e lugares, com nomes tão estranhos para nós, tem a finalidade de nos mostrar
uma qualidade de Abrão, o servo do Senhor, qualidade essa, até então
desconhecida para nós. Sim, porque estamos habituados a ver Abrão sempre
fugindo de brigas, evitando desentendimentos, cedendo na maioria das vezes,
como homem pacífico que era. Assim, fica difícil imaginar o pacífico Abrão,
comandando uma perseguição para libertar o seu sobrinho Ló.
Houve uma guerra de quatro reis contra cinco.
Abrão não tinha nada a ver com essa guerra, até o momento em que ele soube que
seu sobrinho Ló havia sido levado como prisioneiro. Abrão, então, reúne o seu
pequeno exército, de trezentos e dezoito homens treinados, nascidos em sua
casa, e perseguiu os reis briguentos até Dã. Abrão deu uma bela surra neles e
trouxe de volta o seu sobrinho, são e salvo, bem como todos os bens que haviam
sido roubados e, principalmente, as pessoas. Imagino o nosso querido Abrão,
retornando da batalha, vitorioso! Grande Abrão! Guerreiro valoroso!
E aqui então, fica uma grande lição para nós,
cristãos! Ser cristão, não significa ser covarde. Muito menos, sujeitar-se às
tiranias. Essa ideia de que o cristão precisa apanhar de todo mundo e ficar bem
quietinho, por conta de um bom testemunho, não combina com as características
do povo de Deus, apontadas nas Escrituras. Os mártires quando morreram, eles o
fizeram em testemunho da fé. Mas, não há nenhum caso de mártir que tenha arriscado
a vida por motivo fútil, ou só para mostrar como é gostoso apanhar!
Ser cristão não é ser masoquista! O mesmo
Cristo que suportou a cruz, por causa dos nossos pecados, expulsou com ousadia
os mercadores no templo, em defesa à santidade de Deus Pai! O cristão não pode
acovardar-se diante das injustiças do mundo. O cristão não pode calar-se diante
da opressão! Não pode conformar-se com a violência. É necessário que tenhamos
um perfeito discernimento do nosso papel na sociedade!
Mediocridade, timidez, omissão, depreciação,
sujeição às tiranias, decididamente, não fazem parte do caráter cristão! Assim,
quando o grande servo de Deus, Abrão, perseguiu, valorosamente, os inimigos que
tinham aprisionado seu sobrinho Ló, e lutou bravamente em defesa dos mais
fracos, com certeza, ele honrou a sua fé.
Assim, nós também, como cristãos, vivemos de
tal forma que, dependendo de nossas atitudes, o mundo poderá ser melhor ou
pior. Se escondermos a nossa fé, agindo covardemente, o mundo será pior. Se
vivenciarmos a nossa fé, com ousadia e confiança no Senhor, o mundo será
influenciado por essa fé! “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia,
mas de poder, de amor e de moderação.” (II Tm 1:7)
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