“Despertando
Noé do seu vinho, soube o que seu filho mais moço lhe fizera, e disse: Maldito
seja Canaã! Servo dos servos seja aos seus irmãos. Disse mais: Bendito seja o
Senhor Deus de Sem! Seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé; habite ele
nas tendas de Sem, e seja-lhe Canaã por servo.” (Gn 9:25-27)
Quando Noé despertou do seu
vinho, ou seja, passado o efeito da embriaguês, estando já sóbrio, soube do
ocorrido e das atitudes de seus filhos. Noé, então, fala profeticamente a respeito
deles, indicando que os descendentes de Cão, seriam sempre servos dos descendentes
de Sem e Jafé. Enquanto Sem e Jafé foram abençoados e se tornaram importantes
povos da antiguidade, Cão e seus descendentes foram condenados à escravidão.
Bem mais tarde, os descendentes
de Cão, conhecidos como cananeus, foram desapossados da terra de Canaã, pelo
povo de Israel, pois essa terra foi dada, por promessa de Deus, a Israel.
A princípio, somos levados a
crer que estes fatos aconteceram como consequência das palavras ditas por Noé a
seus filhos. Uma espécie de bênção e maldição. Contudo, em Deuteronômio, Moisés
nos esclarece porque os cananeus foram desapossados da terra de Canaã, e esta
dada como herança aos filhos de Israel. Moisés destaca, por três vezes, que os
israelitas herdaram aquelas terras, não por causa da justiça de Israel, mas por
causa da impiedade daqueles povos. (Confira em Dt 9:1-6)
Assim, fica muito claro, que os
cananeus e outros povos da antiguidade foram expulsos, derrotados diante de Israel,
não por causa da justiça de Israel, mas por causa da impiedade daquelas nações.
Eram povos pagãos, idólatras e cometiam todo tipo de perversidades contra Deus.
Então, compraram briga diretamente com Deus! É este o ponto que gostaríamos de
salientar. Quando um povo, ou mesmo um só indivíduo, pratica as obras das
trevas, afrontando a Deus, ofendendo a santidade do Senhor, é preciso que se
saiba, que esse povo ou esse indivíduo terá que se entender diretamente com
Deus. É o Senhor nosso Deus quem chamará cada um a juízo!
Isso vale também para os
governantes, os políticos, os representantes da lei, os que exercem autoridade
sobre o povo, algumas vezes impondo cargas injustas, prevalecimentos e
opressão. Creio que para esses a justiça divina será ainda mais severa. “As
vossas riquezas estão corruptas e as vossas roupagens comidas de traça, o vosso
ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens e a sua ferrugem há de ser por
testemunho contra vós mesmos, e há de devorar, como fogo, as vossa carnes. Tesouros
acumulastes nos últimos dias. Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram
os vossos campos, e que por vós foi retido com fraude, está clamando; e os
clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos.” (Tg
5:2-4)
Há que se fazer uma distinção
para aquelas lideranças políticas, econômicas e sociais, realmente comprometidas
com a justiça e o bem-estar das pessoas. Exercem autoridade como um sacerdócio,
algumas vezes, até se desgastam fisicamente para defender os interesses dos menos
favorecidos. Na verdade, uma pessoa só deveria ocupar cargos de liderança, se
tiver consciência, diante de Deus, que terá que prestar contas a Ele!
Entretanto, o mais importante é
reconhecermos que o Senhor nosso Deus conclama toda a humanidade, sem acepção
de pessoas, a olhar para a cena da crucificação. Ali, Cristo levou sobre Si a
nossa condenação. Assim, não é uma questão de bênção ou maldição, nem mesmo
resultado de semear e colher. É simplesmente o ato de fé, onde cada pessoa se
identifica com Cristo e recebe dEle o perdão!
“Porquanto Deus enviou o seu
Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo
por ele.” (Jo 3:17)
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