“Então Sem
e Jafé tomaram uma capa e puseram-na sobre os ombros, e indo virados para trás,
cobriram a nudez do pai, tendo os rostos virados, de maneira que não viram a
nudez do pai.” (Gn 9:23)
A atitude de Sem e Jafé, filhos
de Noé, na ocasião em que Noé se encontrava despido na tenda, como resultado do
excesso de vinho, ensina-nos como deve ser a nossa atitude em relação às fraquezas
dos outros. Principalmente o cristão, que tem como padrão de conduta, o exemplo
de Cristo.
Em primeiro lugar, Sem e Jafé,
revelaram respeito e consideração por seu pai, de tal forma, que sequer viram a
sua nudez. Fizeram uma espécie de cortina com a capa, e andando de costas, cobriram
a nudez de Noé. Atitude bonita, cordial, educada, respeitosa. Creio até, que
eles tiveram o cuidado de nunca mais tocar no assunto. Para eles, aquele
acontecimento estava encerrado ali.
Bem diferente do que vemos hoje!
Até mesmo entre os cristãos, como existem aqueles que gostam de tocar
trombetas, para anunciar a todos os cantos as falhas uns dos outros! Sem
consideração, sem tolerância, sem o devido respeito, sem o amor cristão que o
Senhor nosso Deus espera que tenhamos uns pelos outros!
Precisamos ter consciência de
que todos nós, inclusive os cristãos, estamos sujeitos a falhar, temos nossas
fraquezas e limitações, e não estamos em patamar de superioridade em relação a
ninguém! Se existe algo que não dá direito a vanglórias, é a espiritualidade.
Pois o efeito número um da espiritualidade, é a humildade. E é com humildade
que devemos tratar uns aos outros. Chicotes, sermões, exortações, nem sempre
indicam, ou melhor, não indicam de maneira nenhuma, que aquela pessoa esteja
isenta de cair também!
“Irmãos, se alguém for
surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, corrigi o tal com
espírito de mansidão. Mas olha por ti mesmo, para que não sejas também
tentado.” (Gl 6:1)
“Aquele, pois, que pensa estar
em pé, veja que não caia.” (1 Co 10:12)
O Senhor Jesus Cristo, nosso
Salvador, nos diz de maneira muito clara que antes de olharmos as falhas dos
outros, devemos prestar atenção nas nossas próprias falhas, e não cairmos no
ridículo de agirmos hipocritamente, apontando o cisco no olho do outro, sem
enxergar a trave que está no nosso próprio olho!
Se fizermos uma pesquisa entre
os cristãos para sabermos o que aborrece mais, o que incomoda mais, o que torna
mais difícil o relacionamento entre os irmãos dentro de uma comunidade cristã,
certamente o resultado será: o julgamento, ou melhor, a condenação fácil que
existe entre nós! Mas com que facilidade nos achamos no direito de julgar e
condenar uns aos outros! Às vezes, até a privacidade de um irmão nós invadimos,
a pretexto de vasculharmos a vida dele! Quantas vezes fazemos um irmão perder a
vontade de ir à igreja, louvar e adorar ao Senhor, por enchermos a cabeça dele
de recriminações, acusações, meneios de cabeça, listas enormes daquilo que você
acha que é certo ou errado!
Ah! Que o Santo Espírito de
Deus, que habita no coração daqueles que creem em Cristo, nos ensine a usarmos
a capa da tolerância, a exemplo de Sem e Jafé, para que o amor seja, realmente,
o vínculo da perfeição entre nós!
“Não julgueis, para que não
sejais julgados. Pois com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a
medida com que tiverdes medido, hão de vos medir. Por que reparas no cisco que
está no olho do teu irmão, mas não percebes a trave que está no teu? Ou como
dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o cisco do teu olho, estando uma trave no
teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás claramente
para tirar o cisco do olho do teu irmão.” (Mt 7:1-5)
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