“Ao cabo de
quarenta dias, Noé abriu a janela que havia feito na arca, e soltou um corvo
que, saindo, ia e voltava até que as águas se secaram de sobre a terra. Depois
soltou uma pomba, para ver se as águas tinham minguado de sobre a face da
terra. Mas a pomba, não achando onde pousar a planta do pé, voltou a ele para a
arca; porque as águas estavam sobre a face de toda a terra. Noé estendendo a
mão, tomou-a e a recolheu consigo na arca. Esperou ainda outros sete dias, e
tornou a enviar a pomba fora da arca. Quando a pomba voltou a ele à tarde, no
seu bico havia uma folha verde de oliveira. Assim soube Noé que as águas tinham
minguado de sobre a terra. Então esperou ainda outros sete dias, e enviou fora
a pomba, mas esta não tornou mais a ele. No ano seiscentos e um, no primeiro
mês, no primeiro dia do mês, as águas se secaram de sobre a terra. Então Noé
tirou a cobertura da arca, e olhou, e a face da terra estava enxuta. No segundo
mês, aos vinte e sete do mês, a terra estava seca. Então disse Deus a Noé: Sai
da arca, e, contigo, tua mulher, teus filhos, e as mulheres de teus filhos.”
(Gn 8:6-16)
Lendo este relato sagrado, não
conseguimos deixar de admirar mais e mais o nosso bondoso Noé. Como eu gostaria
de ser pacienciosa como Noé! Calmo, sereno e tranquilo, ele aguardava a
contagem regressiva de Deus: Primeiro, abre a janela. Segundo, solta um corvo.
Terceiro, solta uma pomba, que retorna para ele, por não encontrar pouso.
Quarto, depois de sete dias solta novamente a pomba, que retorna à tarde,
trazendo no bico uma folha verde de oliveira. Quinto, espera outros sete dias e
solta outra vez a pomba, que não retorna mais. Sexto, Noé tira a cobertura da
arca, olha para fora e vê que a terra já estava enxuta. Ainda assim, Noé espera
que Deus lhe dê a ordem para sair.
Teria eu paciência para esperar
tanto? O mais provável é que eu sairia correndo, impaciente, me atolando na
lama! Noé, entretanto, aguarda a ordem de Deus! Espera o momento certo! Sem
pressa! Noé nos dá exemplo de paciência, confiança e obediência a Deus!
Geralmente, quando chega a hora
do desembarque, é normal que os passageiros se mostrem ansiosos, apreensivos,
inquietos, com vontade de chegar logo ao destino. Se houver parentes, amigos,
pessoas queridas, aguardando a chegada, a inquietação ainda é maior.
Noé, contudo, sabia que não
haveria ninguém para recepcioná-lo. O quê? Imprensa? Fotógrafos? Repórteres? O
hino nacional sendo executado por uma banda? Depois, um tapete vermelho, só
para que ele e sua comitiva desfilassem? Quem dera! Noé sabia que um grande
desafio o aguardava lá fora. Havia um mundo todo para ser reconstruído. Sabia
que dependia só de Deus! Por isso, esperava em Deus! Precisava de instruções.
Precisava de orientação.
Em certo sentido, o cristão é
colocado no mundo para exercer o papel de Noé. Há um mundo aí fora precisando
ser reconstruído. Uma sociedade perplexa, confusa, precisando de Deus. Há muito
para ser feito e, às vezes, até preferimos permanecer dentro da arca. A
incerteza é muito grande, o desafio é maior ainda. O que fazer? Será que se
sairmos correndo, apressados, esbaforidos, conseguiremos melhores resultados? A
julgar pela atitude de Noé, o mais sensato é esperar que Deus mesmo nos
oriente, na hora certa e, com calma, segurança, confiança, obedecermos a Sua
ordem. Não será o nosso desespero que resolverá alguma coisa. Mas sim, a nossa
obediência e conformidade com vontade de Deus!
“E não vos conformeis com este
século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12:2)
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