“Boaz subiu à porta da cidade e assentou-se ali. Eis que o resgatador de que Boaz havia falado ia passando; então, lhe disse: Ó fulano, chega-te para aqui e assenta-te; ele se virou e se assentou. Então, Boaz tomou dez homens dos anciãos da cidade e disse: Assentai-vos aqui. E assentaram-se. Disse ao resgatador: Aquela parte da terra que foi de Elimeleque, nosso irmão, Noemi, que tornou da terra dos moabitas, a tem para a venda. Resolvi, pois, informar-te disso e dizer-te: compra-a na presença destes que estão sentados aqui e na de meu povo; se queres resgatá-la, resgata-a; se não, declara-mo para que eu o saiba, pois outro não há senão tu que a resgate, e eu, depois de ti. Respondeu ele: Eu a resgatarei. Disse, porém, Boaz: No dia em que tomares a terra da mão de Noemi, também a tomarás da mão de Rute, a moabita, já viúva, para suscitar o nome do esposo falecido, sobre a herança dele. Então, disse o resgatador: Para mim não a poderei resgatar, para que não prejudique a minha; redime tu o que me cumpria resgatar, porque eu não poderei fazê-lo”. (Rt 4:1-6)
Naturalmente que a “cerimônia de casamento” entre Boaz e Rute não tem nada a ver com os casamentos atuais. A começar pelo local da cerimônia! Não era uma igreja ou sinagoga enfeitadas! Não tinha música, coral, pastor ou padre, padrinhos, madrinhas e uma bela ceia com tudo de bom e de melhor! Dá até para perceber que nem Cartório era, apesar de valer como documento oficial, tendo como selo os sapatos que o desistente oferecia ao interessado em negociar. Na verdade, era como se fosse um contrato, a confirmação de um negócio, na presença de testemunhas, no caso, dez anciãos respeitáveis da cidade! O cerimonial era realizado ao ar livre! Ao longe, havia uma multidão apreciando! Bem diferente, não? Porém, considerado muito sério, pois representava o costume em Israel, quanto a resgates e permutas.
O resgatador número um da lista de dois, desistiu de comprar as terras de Noemi, quando descobriu que o “pacote vinha acompanhado de uma viúva”! Hiiiiiii...! Uma viúva moabita? Sem nem mesmo ter visto a viúva, provavelmente, imaginou uma mulher sem atrativos, com olhar de misericórdia, cabelos desgrenhados, e... ainda ter que providenciar um descendente para meu irmão falecido? Vou sair de mansinho! Boaz deve ter dado pulos de alegria, sem demonstrar, é claro!
Então, Boaz, muito seriamente, disse na presença de todos: “Sois, hoje, testemunhas de que comprei da mão de Noemi tudo o que pertencia a Elimeleque, a Quiliom e a Malom; e que também tomo por mulher a Rute, a moabita, que foi esposa de Malom, para suscitar o nome deste sobre a sua herança, para que este nome não seja exterminado dentre seus irmãos e da porta de sua cidade; disto sois, hoje, testemunhas. Todo o povo que estava na porta e os anciãos disseram: Somos testemunhas; o Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa, como Raquel e como a Lia, que ambas edificaram a casa de Israel; e tu, Boaz há-te valorosamente em Efrata e faze-te nome afamado em Belém. Seja a tua casa como a casa de Perez, que Tamar teve de Judá, pela prole que o Senhor te der desta jovem”. (Rt 4:9-12)
O relato sagrado não revela os detalhes desse dia especial para Boaz e Rute! Mas, duvido que Noemi e Rute não ficaram em casa, pedindo ao Deus Altíssimo que conduzisse todos os acontecimentos de forma favorável e, decidiram preparar “uns comes e bebes” para festejarem a vitória com alegria e festa, juntamente com os vizinhos mais chegados... E, eis que de repente... Quem vem lá? O que são aqueles sapatos que ele vem agitando no ar, pulando, cantando e saltando de felicidade? Que é isso, homem! Que sapatos são esses? E Boaz, responde, quase sem ar: Quero guardar esses sapatos num lugar especial e seguro! É a prova oficial de que Rute agora é minha esposa! Noemi, negociei com o resgatador número um da lista, e ele concordou em ceder seus direitos! Comprei suas terras e agora posso receber Rute como esposa! Seremos uma família com a graça do Deus Altíssimo! E esses sapatos comprovam isso! Foi um dia memorável!
“Mas regozijem-se todos os que confiam em ti; folguem de júbilo para sempre, porque tu os defendes; e em ti se gloriem os que amam o teu nome. Pois tu, Senhor, abençoas o justo e, como escudo, o cercas da tua benevolência”. (Sl 5:11-12)
Nenhum comentário:
Postar um comentário