“Apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã; e, levando o rebanho para o lado ocidental do deserto, chegou ao monte de Deus, a Horebe. Apareceu-lhe o Anjo do Senhor numa chama de fogo, no meio de uma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça não se consumia. Então, disse consigo mesmo: Irei para lá e verei essa grande maravilha; por que a sarça não se queima? Vendo o Senhor que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés! Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui! [...] Disse ainda o Senhor: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. [...] Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito”. (Êx 3:1-4; 7,10)
Leia os capítulos dois e
três de Êxodo e você vai compreender os altos e baixos da vida de Moisés até
ele ter um encontro com o Deus Altíssimo, com Quem ele viu (através de uma
sarça ardente que não se queimava), ouviu, conversou e entendeu o propósito do
Senhor para sua vida! Até então, ele era foragido de Faraó, amparou-se na casa de
Jetro, sacerdote de Midiã, que se tornou seu sogro, casou-se com Zípora, teve
dois filhos, enfim, constituiu família e apascentava os rebanhos da casa.
Podemos dizer: De príncipe no Egito, a uma vida simples de homem do campo! Por
certo, pensava: Está muito bom assim!
E essa vida assim, simples,
tranqüila, sossegada, durou quanto tempo? Nada mais do que quarenta anos,
somados a mais quarenta vividos no Egito, chegamos a oitenta anos! E assim, um
dia, sem querer, como que por acaso, chegou ao monte Horebe (em hebraico) Sinai
(em grego) e o Senhor o esperava para uma conversa definitiva! Era como se Deus
dissesse a Moisés: Chegou a hora! Tenho uma missão importante para você! Acabei
de ouvir o gemido do meu povo lá no Egito! Você pensou que ficaria foragido a
vida inteira? Nada disso! Meus servos não precisam fugir! Volta! Eu vou com
você! Vamos tirar meu povo de lá! E vai ser magnífico! Aquele Faraó que queria
acabar com você, já não existe mais! E o Faraó do momento... não tem nem idéia
do que faremos com ele! Não vejo a hora!
Há muitas lições preciosas que
precisamos aprender observando o comportamento de Moisés e a forma como o Deus
Altíssimo age em cada circunstância da vida daquele garotinho nascido em tempos
de morte, decretada pelo governo egípcio aos bebês (meninos) dos hebreus,
criado pela mãe que exercia o papel de babá, até apresentá-lo à princesa no
palácio que o recebeu e criou como filho e príncipe egípcio; mesmo tendo
recebido orientações sobre a sua verdadeira origem hebraica, procurando
defender seu povo que sofria como escravos no Egito (e à maneira dele), pois
tirou a vida de um egípcio que espancava um escravo hebreu! Assim, Moisés não
sabia ao certo qual era o propósito de sua existência.
Fora tratado e reconhecido
como príncipe egípcio, mas sentia-se como escravo hebreu; era grato por ter
sido salvo, acolhido e educado pela princesa, filha de Faraó, mas não suportava
ver o seu povo oprimido como escravos no Egito; havia aprendido com sua mãe
hebréia sobre as Leis do Deus Altíssimo, mas nunca tinha tido uma experiência pessoal
com o Senhor. Não tinha certeza se havia agido com justiça, quando eliminou um
egípcio que espancava um escravo hebreu .Teve que fugir para escapar da fúria
de Faraó!
Imagino Moisés, agora com
seus oitenta anos, observando os rebanhos que apascentava, sentava-se numa
pedra e tristemente pensava: Quem sou eu? Sou príncipe egípcio? Não! Não sou
mais! Sou defensor do meu povo? Não! Não sou mais! Moro num palácio? Não! Não
moro mais! Com oitenta anos, posso ainda realizar alguma coisa? Acho que não!
Vou terminar os meus dias, cuidando dos rebanhos do meu sogro. Pronto, está
definido! Só que não! Após seu encontro com o Deus Altíssimo no Monte Sinai,
Moisés entendeu: Sou servo do Senhor e Ele me chama para, juntos, livrar o povo
de Israel!
“A este Moisés, a quem
negaram reconhecer, dizendo: Quem te constituiu autoridade e juiz? A este
enviou Deus como chefe e libertador, com a assistência do anjo que lhe apareceu
na sarça”. (At 7:35)
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