“Naqueles dias, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos e viu os seus labores penosos; e viu que certo egípcio espancava um hebreu, um do seu povo. Olhou de uma e de outra banda, e, vendo que não havia ali ninguém, matou o egípcio, e o escondeu na areia. Saiu no dia seguinte, e eis que dois hebreus estavam brigando; e disse ao culpado: Por que espancas o teu próximo? O qual respondeu: Quem te pôs por príncipe e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio? Temeu, pois, Moisés e disse: Com certeza o descobriram. Informado desse caso, procurou Faraó matar a Moisés; porém Moisés fugiu da presença de Faraó e se deteve na terra de Midiã; e assentou-se junto a um poço”. (Êx 2:11-15)
Essa
narrativa bíblica acima apresenta um assassinato seguido de outras intenções ou
sugestões de ações semelhantes e que se tornam um “prato cheio” de críticas,
principalmente por aqueles que gostam de confrontar as Escrituras Sagradas!
Como? O homem que receberia diretamente de Deus os Dez Mandamentos, sendo um
deles, não matarás, comete um assassinato antes mesmo de começar sua liderança
entre os hebreus? Não dá para entender! E já se colocam na posição de
comentaristas e juízes.
Há
algumas circunstâncias a serem consideradas: Primeira, lembrem-se de que
Moisés, criado pela própria mãe, recebeu todas as orientações sobre sua origem,
antes mesmo de ser entregue à princesa egípcia que o havia encontrado no
cestinho nas águas do rio. Então, Moises sabia muito bem que ele não era
egípcio, mas sim, hebreu. Sabia das condições de sofrimento que o seu povo
passava como escravos no Egito. Sentia-se escravo também! Perceba que o texto
diz que “... saiu a seus irmãos e viu os labores penosos; e viu que certo
egípcio espancava um hebreu, um do seu povo”.
Agora,
você que está espantado com esse acontecimento, quero ver como seria sua reação
se, de repente, você andando pela rua, encontrasse um filho, irmão, sobrinho,
pai ou mãe sendo espancados por alguém? O que você faria? Iria até as últimas
conseqüências para defendê-los? Ou ficaria simplesmente olhando, esperando que
esse espancamento resultasse em morte? Como você acha que os escravos eram
tratados? Havia leis e juízes para defendê-los? Quando a notícia chegasse às
autoridades, haveria alguém preocupado em fazer justiça para um escravo? Ou
diriam, simplesmente, é apenas um serviçal sem importância?
Notou
como Faraó ao saber que um egípcio tinha sido morto e enterrado na areia,
procurou matar a Moisés? Mas se fosse um escravo hebreu morto por espancamento
em pleno serviço, o que faria Faraó? Pois bem, Faraó defendia egípcios, Moisés
defendia os hebreus. Foi convocado para isso! Não só para defendê-los, mas
também para arrancá-los do domínio de Faraó! Aliás, os inimigos do Deus
Altíssimo colocam-se em confronto direto com o Senhor, por isso, o Senhor dos
Exércitos age com justiça e os derrota! Só vou adiantar que, numa pancada só,
exércitos egípcios inteiros serão tragados pelas águas do Mar Vermelho! Quer
mais? Espere.
Não
é nossa função justificar a atitude de Moisés! Porém, se não justifica, pelo
menos, explica as circunstâncias em que tais fatos ocorreram. É preciso lembrar
também que havia alguém muitíssimo interessado em derrotar Moisés, com a
intenção de eliminá-lo dos propósitos do Deus Altíssimo! Esse sempre foi o
propósito de Satanás! Tentar desfazer ou impedir que os planos do Deus
Altíssimo prevaleçam! Foi assim, desde o Jardim do Éden. O inimigo instigou a
raça humana a optar pelo pecado. Deus desistiu de nós? Não! O inimigo preparou
uma cilada para Ló, instigando as filhas dele a praticarem incesto. A intenção
disso era colocar um ponto final na genealogia de Cristo! Conseguiu? Não!
Satanás procurou desviar o próprio Cristo da cruz, lembram-se?
Então,
precisamos tomar cuidado quanto aos nossos julgamentos! É necessário lembrar
que há, pelo menos, cinco vontades em conflito: A vontade do Deus Altíssimo, a
vontade individual, a vontade coletiva, a vontade das Leis Humanas e a vontade
de Satanás! A questão importante é colocar a nossa vontade sob o controle da
vontade de Deus, tomar muito cuidado com a vontade coletiva, discernir as leis
governamentais e fugir das insinuações do maligno! Quando obedecemos a nossa
própria vontade ou nos deixamos influenciar pela vontade coletiva, estamos
sujeitos a “sair por aí destruindo pessoas”; entender que as “Leis Humanas”
defendem, cada País, os seus próprios interesses e podem falhar; quando
obedecemos às insinuações do maligno, caímos em condenação, mas, quando
obedecemos a vontade de Deus, aí somos vitoriosos! Uma certeza podemos ter: A
vontade do Deus Altíssimo é Soberana!
“[...]
faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6:10)
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