“Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma descendente de Levi. E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o por três meses. Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio. A irmã do menino ficou de longe, para observar o que haveria de lhe suceder. Desceu a filha de Faraó para se banhar no rio, e as suas donzelas passeavam pela beira do rio; vendo ela o cesto no carriçal, enviou a sua criada e o tomou. Abrindo-o, viu a criança; e eis que o menino chorava. Teve compaixão dele e disse: Este é menino dos hebreus”. (Êx 2:1-6)
Este relato bíblico traz
duas cenas discordantes. A primeira mostra uma princesa egípcia com suas
donzelas passeando a beira do rio! Imagino essas moças, rindo, cantando,
felizes pelo dia ensolarado, comentando as novidades sucedidas no palácio e as
expectativas das próximas festas! Tudo era alegria! A segunda cena mostra um
bebê de apenas três meses, dentro de um cestinho de junco, calafetado com
betume e piche e que chorava, provavelmente sentindo a falta da mãe! Podemos
então dizer: O cestinho que chorava! Mas, quem chorava mais ainda, era a mãe do
bebê, forçada a colocá-lo nessa situação, pois não podia mais escondê-lo dos
fiscais do Egito!
De um lado, alegria,
juventude, beleza das moças, uma delas, princesa! De outro lado, choro no
cestinho, choro da mãe aflita e a irmã da criança, escondida entre os juncos,
para acompanhar o desenvolver dos acontecimentos! O encontro das duas cenas
resulta em surpresa, compaixão e as providências do Deus Altíssimo para
proteger e preparar Seu servo para uma grande missão de livramento!
Você acha que a mãe do
garoto teria, propositadamente, abandonado o seu filhinho de três meses nas
águas do rio? Seria essa a cena que explicaria o que vem acontecendo no
transcorrer da história? Crianças recém-nascidas abandonadas pela própria mãe
nas calçadas, nas matas, no lixo? Algumas, nas portas ou portões das casas?
Quais motivos?
Não! Certamente, não! O que
levou a mãe de Moisés a agir do modo como agiu, foi completamente diferente!
Não foi falta de amor! Não foi abandono! Não foi depressão pós- parto! Ao
contrário, foi uma explosão de amor materno! Uma jovem mãe que,
desesperadamente, tentou esconder seu filhinho por três meses, esconder de
fato, pois os bebês costumam chorar, e forte, e já não havia maneira de impedir
que seu choro chamasse a atenção dos soldados! A ordem era: matar todos os
meninos hebreus!
O que explicaria: Um cesto
calafetado, para impedir que a água entrasse, preso numa espécie de moita de
cana brava, para impedir que fosse arrastado pelas águas, fechado com tampa,
certamente para ser protegido do sol ou chuva e a presença da irmã, Miriã,
para, mesmo que escondida, acompanhar o desfecho dos acontecimentos! Isso tudo
traduzido, significa: zelo materno, cuidado, proteção, fé no Deus Altíssimo!
Não é nossa intenção
censurar, criticar, julgar, muito menos condenar as mães que abandonam seus
filhos, por razões que até desconhecemos e que não nos dão o direito de
julgá-las. Esse julgamento pertence ao Justo Juiz! O que queremos destacar é
que a atitude da mãe de Moisés, não foi abandono!
Também, é preciso considerar
que a humanidade tem cometido crimes contra os pequeninos, falta de proteção,
extermínio infantil, abortos, afinal, o próprio Cristo foi perseguido, ainda
bebê, por Herodes, por decreto, que determinava que os meninos judeus, de dois
anos para baixo deveriam ser mortos! Assim, a história humana tem se tornado
uma seqüência de “cestinhos que choram”!
“Pela fé, Moisés, apenas
nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a
criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei”. (Hb
11:23)
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