segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

AUXÍLIO EMERGENCIAL?

 


“Passados os sete anos de abundância, que houve na terra do Egito, começaram a vir os sete anos de fome, como José havia predito; e havia fome em todas as terras, mas em toda a terra do Egito havia pão. Sentindo toda a terra do Egito a fome, clamou o povo a Faraó por pão; e Faraó dizia a todos os egípcios: Ide a José; o que ele vos disser fazei. Havendo, pois, fome sobre toda a terra, abriu José todos os celeiros e vendia aos egípcios; porque a fome prevaleceu na terra do Egito. E todas as terras vinham ao Egito, para comprar de José, porque a fome prevaleceu em todo o mundo”. (Gn 41:53-57)

 

José do Egito é reconhecido pelos economistas como exemplo de administração financeira. O primeiro a perceber essa qualidade em José foi Faraó, (rei dos egípcios na época), pois, afinal, Faraó era um título (Sol) dado aos reis egípcios; portanto passava de pai para filhos. Era também uma espécie de Monarquia. Porém, em se tratando de Economia, só um especialista no assunto poderá nos esclarecer.

 

No entanto, alguns princípios adotados por José, contradizem o que vemos na economia atual, principalmente, aqui no Brasil. Vemos nas orientações do “Ministro José”, que durante os sete anos de fartura, era terminantemente proibido desperdiçar, esbanjar, jogar fora a produção excedente! Recomendou-se que a quinta parte da produção fosse armazenada em celeiros. O que se percebe, hoje, que para se manter preços, joga-se as sobras que podem faltar amanhã! Já vi café ser queimado, leite derramado, tomates e batatas jogadas em monturo! No meu entender, está errado! Mas, não sou economista!

 

Outra coisa, diante da crise de falta de alimentos na época de José, lá no antigo Egito, não havia Bolsa Família ou Cesta Básica, não havia Auxílio Emergencial, coisa nenhuma! As pessoas dirigiam-se ao governo para “comprar” alimentos, não para recebê-los gratuitamente! Acabou o dinheiro? Trocavam os alimentos pelos animais que possuíam. Acabaram-se os animais? Trocavam os alimentos pelas terras que possuíam! Finalmente, entregaram-se a Faraó como mão-de-obra em troca de pão!

 

Sinceramente, que espécie de economia era essa? Isso é tirar do povo tudo o que eles têm! E os economistas que me desculpem! José, por fim, estabeleceu “a lei do quinto”, ou seja, deu sementes ao povo para plantar e a quinta parte da produção seria para o governo. Achou legal, isso? Que admiração não querer “vender” as sementes também! Se há algo de positivo em tudo isso, é a prontidão do povo para o trabalho! O povo queria o fruto do seu trabalho digno! Não vejo na atitude de José nenhuma manifestação de candura, bondade e misericórdia para com o povo!

 

Mas vejo sim, seriedade, objetividade e até rigor na condução da economia egípcia em momentos de crise! Mas, dizer que José era bonzinho? Era, não! Muitos sistemas, ideologias políticas e formas de governo têm surgido na história da humanidade. Até hoje não descobriram o que funciona melhor. Mas, com José, em sua maestria em  conduzir uma potência como era o Egito na época, aprendemos a não desperdiçar alimentos, a pensar com antecedência na provisão para tempos difíceis, a não induzirmos o povo à acomodação achando que o governo tem obrigação de dar tudo de graça para todos. Isso não existe! Governo administra, mas não produz! Quem produz é o povo que trabalha honestamente e é digno de seu salário! Por isso a classe empresarial também precisa ser valorizada, pois gera emprego e salários. Penso que não precisa ser Economista para entender esses princípios.

 

“Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos”. (Tg 5:4)

 

  

 

                                              

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