“Passou Esaú a odiar a Jacó por causa da bênção, com que seu pai o tinha abençoado; e disse consigo: Vêm próximos os dias de luto por meu pai; então, matarei a Jacó, meu irmão”. (Gn 27:41) “E ele mesmo, adiantando-se, prostrou-se à terra sete vezes, até aproximar-se de seu irmão. Então, Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e choraram”. (Gn 33:3-4)
Esses relatos bíblicos mostram uma realidade que atravessa
gerações, ou seja: Conflito, brigas, discussões, ofensas entre irmãos! E irmãos
de sangue, filhos dos mesmos pais! Situações que geram separação, falta de
comunicação por quase uma vida inteira! Muitas vezes diagnosticamos:
Reconciliação? Fazer as pazes? Convivência? Nunca mais!
Jacó e Esaú se separaram quando ainda jovens. Os motivos?
Leia os capítulos 27 e 33 de Gênesis. O que podemos destacar é que havia um
troféu importantíssimo que poderia ser de Esaú, mas ele não soube valorizar e
trocou esse prêmio por um prato de comida! E qual era esse tesouro? Era a
Aliança com o Deus Altíssimo, feita inicialmente com Abraão, depois, Isaque, e,
finalmente com Jacó que lutou por ela até alcançá-la!
Lembre-se que essa aliança entre o Deus Altíssimo e a
humanidade, previa o surgimento de uma nação, Israel, e o nascimento do Messias
e Salvador, Jesus Cristo, cuja Obra contemplaria todo o mundo! Foi essa bênção
que Esaú desprezou, apenas porque estava com fome e achou que um prato de
lentilhas era mais importante que a comunhão com Deus! O mundo ímpio e
incrédulo continua desprezando a Cristo, muitas vezes por motivos até
inferiores a um prato de comida!
Esaú é o retrato das pessoas que não têm discernimento
espiritual, nem entendimento dos propósitos de Deus! Vivem às cegas! Seus
interesses são apenas carnais. Em nenhum momento ele percebeu que o seu atrito
não era com seu irmão Jacó, mas com o Deus Altíssimo! Jacó passou a fazer parte
intrínseca dessa aliança: O Deus de Abraão, Isaque e Jacó!
Contudo, não interessava a Jacó alimentar o ódio de seu irmão
Esaú. Ele queria muito fazer as pazes com ele. Por isso, quando Jacó decidiu
voltar ao encontro de seus pais, agora já casado, com uma grande família,
riquíssimo, ele pensou numa forma de apaziguar Esaú. Enviou-lhe muitos
presentes, provavelmente com o propósito de agradá-lo e, na verdade, Jacó tinha
receio de Esaú. Por certo, pensava: Ele vai me receber?
Que grata surpresa quando Esaú correu ao encontro de Jacó, abraçaram-se e choraram! Que peso caiu dos ombros de ambos! Poderiam até respirar melhor! Como seria bom se todos os atritos entre irmãos tivessem esse desfecho! Não só entre irmãos, mas, entre pais e filhos, entre amigos, entre vizinhos, entre os povos e, principalmente, entre Deus e a humanidade!
Lembram-se do retorno do Filho Pródigo? Nessa parábola, Cristo nos mostra o
quanto Deus Pai deseja o retorno de Seus filhos! Assim como Jacó, Deus também
tomou a iniciativa de vir ao nosso encontro! Lembram-se da manjedoura, da
estrebaria e da Cruz de Cristo? Foi ali que, através de Cristo, o Deus Filho,
abriu Seus braços na cruz, pagando o preço das nossas transgressões e removeu
toda a inimizade que havia entre Deus e os seres humanos!
“Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo
por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as
suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. [...] Em nome de
Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus”. (II Co 5:18-20)
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