“Habitou Jacó na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã. Esta é a história de Jacó: Tendo José dezessete anos, apascentava os rebanhos com seus irmãos; sendo ainda jovem, acompanhava os filhos de Bila e os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e trazia más notícias deles a seu pai. Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas. Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente. (Gn 37:1-4)
Não sei quem inventou essa ideia de que os seres humanos
estão evoluindo cada vez mais e para melhor! Em alguns aspectos, talvez! Mas em
termos de relacionamentos pessoais, o que percebemos no texto bíblico acima,
mostra que continuamos agindo e sentindo do mesmo jeitinho que as pessoas agiam
no passado! Não mudou nada! Vejam bem, José tinha apenas dezessete anos e
vivenciou uma situação muito comum em nossos dias. Tinha uma família grande.
Muitos irmãos. Era o preferido do papai. Diz o texto que José era o filho da
velhice de Jacó. Nós diríamos “caçula” ou “temporão”.
E qual era a vantagem disso? Os irmãos o odiavam a ponto de
não suportar a presença e a voz dele! Também tem o fato de que ele era poupado
do serviço pesado! Na verdade ele só levava e trazia notícias, e más notícias!
Depois veio aquela história da “túnica talar” que seu pai fez especialmente
para ele! Para completar a raiva, o ódio, a inveja, a maldade de seus irmãos,
José teve sonhos que indicavam que ele seria muito importante e que não só seus
irmãos, mas também seus pais se curvariam diante dele em reverência a uma
autoridade!
Diante de tudo isso, seus irmãos não suportaram mais! Nós
vamos acabar com esse “folgado”! Só que eles exageraram na dose! O quê que é isso? Matá-lo? Tirar a vida dele?
Crime? Assassinato? Misericórdia! Pois fizeram pior que isso! José vinha à
procura deles, a pedido do pai, só para ver se estavam bem e..., provavelmente,
cantarolando, apreciando a paisagem, conversando com os passarinhos e, de
repente, o agarraram, tiraram a túnica talar dele e o jogaram no poço! O
propósito era matá-lo, porém, o irmão mais velho impediu.
Enquanto comiam pão, pensavam qual a melhor maneira de se
livrar de José? Eis que surge uma caravana de mercadores e então, uma ideia
brilhante fuzilou em suas mentes: Que tal ganharmos um dinheirinho vendendo-o como
escravo a esses ismaelitas? Negociações feitas, e lá se foi José rumo ao Egito.
Agora vem a parte mais cruel: Que diremos ao nosso pai? Simples: Vamos matar um
animal, manchar a túnica talar de José no sangue e apresentá-la ao nosso pai.
As conclusões ele mesmo vai tirar!
Dito e feito. Que crueldade! “Então, tomaram a túnica de
José, mataram um bode e a molharam no sangue. E enviaram a túnica talar de
mangas compridas, fizeram-na levar a seu pai e lhe disseram: Achamos isto; vê
se é ou não a túnica de teu filho. Ele a reconheceu e disse: É a túnica de meu
filho; um animal selvagem o terá comido, certamente José foi despedaçado.
Então, Jacó rasgou as suas vestes, e se cingiu de pano-saco, e lamentou o filho
por muitos dias. Levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas,
para o consolarem; ele, porém, recusou ser consolado e disse: Chorando,
descerei a meu filho até à sepultura. E de fato o chorou seu pai”. (Gn
37:31-35)
E assim começou o teste de José! Rejeitado pelos próprios
irmãos, vendido como escravo aos mercadores, levado ao Egito como servo, onde
sofreu assédio, calúnia, jogado na prisão, passou por traição e isso, por
muitos anos! É de se pensar: Por quê? Prestou atenção ao fato de que quando o
Deus Altíssimo reserva uma missão para os Seus servos, primeiro, Ele os testa?
Vamos chamar essa experiência de “o vau de Jaboque”! Nenhum servo do Senhor
estará pronto para o ministério, sem passar pelo “vau do Jaboque”! Foi assim
com Jacó também! É quando o Deus Altíssimo põe a nossa fé e fidelidade à prova!
Você já passou pelo seu “vau do Jaboque”?
“Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se
necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez
confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível,
mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus
Cristo”. (I Pe 1:6-7)
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