“Era Abraão já idoso, bem avançado em anos; e o Senhor em tudo o havia abençoado. Disse Abraão ao seu mais antigo servo da casa, que governava tudo o que possuía: Põe a mão por baixo da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não tomarás esposa para meu filho das filhas dos cananeus, entre os quais habito; mas irás à minha parentela e daí tomarás esposa para Isaque, meu filho”. (Gn 24:1-4)
Depois da experiência vivida por Abraão e Isaque em Moriá, chegou o momento de decidir,
juntamente com o seu servo de confiança, encontrar uma esposa para seu filho
amado. Era como se dissesse: Precisamos encontrar uma linda moça para se casar
com Isaque. Mas não pode ser das filhas dos cananeus... não, porque essa gente
é pagã e não dá para misturar luz e trevas. Vá visitar minha parentela e traga
de lá uma jovem especial... temente ao Deus Altíssimo e que faça meu filho
feliz!
Aqui, temos um dilema para os jovens cristãos de hoje: Devem
os pais escolher o esposo (a) para seus filhos (as)? E se os jovens decidirem
por outra pessoa? E se essa situação gerar atritos, discussões, revoltas e até
separação entre pais e filhos? Bem, parece que com Abraão os acontecimentos
seguiram outra direção. O que foi que ele fez que originou uma das mais belas
histórias de amor?
Eu não vou contar toda a história para você. Se quiser, leia
o texto bíblico indicado acima. Você tem Bíblia e sabe ler! Entretanto, imagine
a cena: Um rapaz sai ao campo para meditar... Possivelmente, imaginando uma
linda moça vindo em sua direção... Ninguém tinha dito a ele que ele era
obrigado a casar com ela! Aconteceu, assim, como por acaso. Mal sabia ele que
seu pai tinha planejado isso! Não há nada que indique imposição, exigência,
desconsideração pelos sentimentos dos jovens em questão!
O fato é que, quando Isaque conheceu Rebeca, ficou extasiado
pela moça. Ela era formosa, gentil, educada e tinha princípios, pois era
temente a Deus, assim como Isaque! Não houve necessidade de ninguém bater o pé:
Não quero! Ninguém me consultou! Quero escolher por mim mesmo (a)! Eles se
olharam, se amaram e casaram! Tudo em paz!
Por outro lado, você não vê um pai cara fechada, olhar
acusatório, fechando os punhos, levantando a voz, ameaçando expulsar o filho
(a) de casa, dizendo, entre outras coisas: Aqui quem manda sou eu! Não, não se
vê nada disso! Discussões? Palavras ofensivas, tipo: Você não sabe nada! Eu
mando e você obedece! Decididamente, não vemos na atitude de Abraão nada que o
identifique como ditador, tirano. Entendo que é aqui que está a diferença entre
o pai Abraão e alguns pais de hoje!
Abraão chega até a isentar o seu servo de confiança, de
responsabilidade, caso a moça não quisesse vir para conhecer Isaque. Como se
chama isso? Respeito! Consideração! Princípios! Educação! Não é só em questões
afetivas que essas qualidades fazem a diferença! Os atritos, de modo geral,
acontecem porque essas virtudes são ignoradas!
Temos outros registros sagrados que mostram que o Deus
Altíssimo aprecia muito uma bela história de amor! É... você pensa que o nosso
Deus não se interessa por nossos sentimentos? Engano seu! Desde o princípio, o
Senhor tem especial carinho pelo romantismo entre um homem e uma mulher...
Lembra de Adão? Todo “tristinho” porque não tinha uma companheira... Deus,
então, bota Adão para dormir, tira uma costelinha dele, molda uma linda mulher
e trás para ele. Só faltou Adão dar pinotes de contentamento!
E com Isaque e Rebeca, o Deus Altíssimo já havia planejado
tudo de bom! Sem ferir ninguém! Na verdade, o Senhor quer fazer parte dos
nossos relacionamentos afetivos! Quando Ele está presente em nossas vidas, a
bênção acontece! Mas, alguns pilares precisam ser considerados: Luz e trevas
não se misturam! Isto é unidade de fé! Gritaria, imposição? Isto é falta de
respeito! Agressões, ofensas? Isto é falta de amor!
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes
três; porém o maior destes é o amor”. (I Co 13:13)
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