“Assim diz o Senhor: Põe-te no átrio da casa do
Senhor e dize a todas as cidades de Judá, que vêm adorar à casa do Senhor,
todas as palavras que eu te mando lhes digas; não omitas nem uma palavra
sequer. Bem pode ser que ouçam, e se convertam cada um do seu mau caminho;
então me arrependerei do mal que intento fazer-lhes por causa da maldade das
suas ações”. (Jr 26:2-3)
A mensagem que o Deus Altíssimo encarregou o
profeta Jeremias de transmitir ao povo eram palavras duras, carregadas de ameaças
contra o reino de Judá. Se não houvesse arrependimento e mudança de atitudes
por parte das pessoas, a destruição era certa. Ninguém gostou do que Jeremias
falou. Na verdade, não eram palavras dele, mas sim, de Deus! É surpreendente o
fato de que foram os religiosos do templo que mais se indignaram contra
Jeremias! Agarraram o profeta e queriam matá-lo!
Qual era a acusação? “Tendo Jeremias acabado de
falar tudo quanto o Senhor lhe havia ordenado que dissesse a todo o povo,
lançaram mão dele os sacerdotes, os profetas e todo o povo, dizendo: Serás
morto. Por que profetizas em nome do Senhor, dizendo: Será como Silo esta casa,
e esta cidade desolada e sem habitantes? E ajuntou-se todo o povo contra
Jeremias, na casa do Senhor. Tendo os príncipes de Judá ouvido estas palavras,
subiram da casa do rei à casa do Senhor, e se assentaram à entrada da Porta
Nova da casa do Senhor. Então os sacerdotes e os profetas falaram aos príncipes
e a todo o povo, dizendo: Este homem é réu de morte, porque profetizou contra
esta cidade, como ouvistes com os vossos próprios ouvidos”. (Jr 26:8-11)
Então, perceba: Os dois poderes se reuniram
para decidir o destino do profeta – poder civil e poder religioso – de tal
forma que Jeremias, numa atitude de fé e coragem, resumindo, argumentou: Vocês
não gostaram da mensagem? Sinto muito, mas eu recebi ordens do Deus Altíssimo
para falar exatamente o que vocês ouviram! E tem mais: Deus me disse para não
omitir nem uma palavra sequer, entenderam?
E numa demonstração de ousadia ainda
acrescentou: “Quanto a mim, eis que estou nas vossas mãos; fazei de mim o que
for bom e reto segundo vos parecer. Sabei, porém, com certeza que, se me
matardes a mim, trareis sangue inocente sobre vós, sobre esta cidade e sobre os
seus moradores; porque, na verdade, o Senhor me enviou a vós outros, para me
ouvirdes dizer-vos estas palavras”. (Jr 26:14-15)
Afinal, as autoridades civis (não as
religiosas) livraram o profeta da morte, porém ficou evidenciado mais uma vez
que falar em nome do Senhor nem sempre significa trazer uma mensagem de paz,
uma mensagem bonita, agradável aos ouvidos. Principalmente quando se trata de
combater o pecado, as injustiças, a corrupção e as perversidades do gênero
humano. Falar em nome do Senhor, às vezes implica em desagradar às pessoas até
enfurecê-las, pois a palavra do Senhor é como fogo que queima as iniquidades e
como martelo que esmiúça a penha.
Mas, afinal, o que é que Deus esperava do Seu
povo? Deus esperava, tão somente, que houvesse arrependimento e mudança de atitudes.
Preste atenção como o Deus Altíssimo se expressou: “Bem pode ser que ouçam, e
se convertam cada um do seu mau caminho; então me arrependerei do mal que
intento fazer-lhes por causa da maldade das suas ações”. (Jr 26:3) Aqui, é como
se o Senhor dissesse: A esperança é a última que morre! Pode ser que ouçam e se
convertam! É que tantas vezes o Deus Altíssimo já havia tentado conduzir o povo
ao arrependimento sem resultado, que agora era como se fosse uma última
tentativa, talvez inútil, mas o bastante para provar que Deus não tem prazer em
castigar ninguém! Contudo, lembre-se que Ele permitiu que Cristo fosse
castigado por nós na cruz, ocasião que todas as nossas transgressões foram
imputadas ao Filho Unigênito de Deus!
“Porquanto para isto mesmo fostes chamados,
pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, [...] carregando ele mesmo em seu
corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos aos pecados,
vivamos para a justiça; por suas chagas fostes sarados”. (I Pe 2:21-24)
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