terça-feira, 6 de março de 2018

PODE SER QUE...


“Assim diz o Senhor: Põe-te no átrio da casa do Senhor e dize a todas as cidades de Judá, que vêm adorar à casa do Senhor, todas as palavras que eu te mando lhes digas; não omitas nem uma palavra sequer. Bem pode ser que ouçam, e se convertam cada um do seu mau caminho; então me arrependerei do mal que intento fazer-lhes por causa da maldade das suas ações”. (Jr 26:2-3)

A mensagem que o Deus Altíssimo encarregou o profeta Jeremias de transmitir ao povo eram palavras duras, carregadas de ameaças contra o reino de Judá. Se não houvesse arrependimento e mudança de atitudes por parte das pessoas, a destruição era certa. Ninguém gostou do que Jeremias falou. Na verdade, não eram palavras dele, mas sim, de Deus! É surpreendente o fato de que foram os religiosos do templo que mais se indignaram contra Jeremias! Agarraram o profeta e queriam matá-lo!

Qual era a acusação? “Tendo Jeremias acabado de falar tudo quanto o Senhor lhe havia ordenado que dissesse a todo o povo, lançaram mão dele os sacerdotes, os profetas e todo o povo, dizendo: Serás morto. Por que profetizas em nome do Senhor, dizendo: Será como Silo esta casa, e esta cidade desolada e sem habitantes? E ajuntou-se todo o povo contra Jeremias, na casa do Senhor. Tendo os príncipes de Judá ouvido estas palavras, subiram da casa do rei à casa do Senhor, e se assentaram à entrada da Porta Nova da casa do Senhor. Então os sacerdotes e os profetas falaram aos príncipes e a todo o povo, dizendo: Este homem é réu de morte, porque profetizou contra esta cidade, como ouvistes com os vossos próprios ouvidos”. (Jr 26:8-11)

Então, perceba: Os dois poderes se reuniram para decidir o destino do profeta – poder civil e poder religioso – de tal forma que Jeremias, numa atitude de fé e coragem, resumindo, argumentou: Vocês não gostaram da mensagem? Sinto muito, mas eu recebi ordens do Deus Altíssimo para falar exatamente o que vocês ouviram! E tem mais: Deus me disse para não omitir nem uma palavra sequer, entenderam?

E numa demonstração de ousadia ainda acrescentou: “Quanto a mim, eis que estou nas vossas mãos; fazei de mim o que for bom e reto segundo vos parecer. Sabei, porém, com certeza que, se me matardes a mim, trareis sangue inocente sobre vós, sobre esta cidade e sobre os seus moradores; porque, na verdade, o Senhor me enviou a vós outros, para me ouvirdes dizer-vos estas palavras”. (Jr 26:14-15)


Afinal, as autoridades civis (não as religiosas) livraram o profeta da morte, porém ficou evidenciado mais uma vez que falar em nome do Senhor nem sempre significa trazer uma mensagem de paz, uma mensagem bonita, agradável aos ouvidos. Principalmente quando se trata de combater o pecado, as injustiças, a corrupção e as perversidades do gênero humano. Falar em nome do Senhor, às vezes implica em desagradar às pessoas até enfurecê-las, pois a palavra do Senhor é como fogo que queima as iniquidades e como martelo que esmiúça a penha.

Mas, afinal, o que é que Deus esperava do Seu povo? Deus esperava, tão somente, que houvesse arrependimento e mudança de atitudes. Preste atenção como o Deus Altíssimo se expressou: “Bem pode ser que ouçam, e se convertam cada um do seu mau caminho; então me arrependerei do mal que intento fazer-lhes por causa da maldade das suas ações”. (Jr 26:3) Aqui, é como se o Senhor dissesse: A esperança é a última que morre! Pode ser que ouçam e se convertam! É que tantas vezes o Deus Altíssimo já havia tentado conduzir o povo ao arrependimento sem resultado, que agora era como se fosse uma última tentativa, talvez inútil, mas o bastante para provar que Deus não tem prazer em castigar ninguém! Contudo, lembre-se que Ele permitiu que Cristo fosse castigado por nós na cruz, ocasião que todas as nossas transgressões foram imputadas ao Filho Unigênito de Deus!

“Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, [...] carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos aos pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas fostes sarados”. (I Pe 2:21-24) 

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