“Mas o Senhor está comigo como um poderoso
guerreiro; por isso tropeçarão os meus perseguidores, e não prevalecerão; serão
sobremodo envergonhados; e porque não se houveram sabiamente, sofrerão afronta
perpétua que jamais se esquecerá. Tu, pois, ó Senhor dos Exércitos, que provas
o justo, e esquadrinhas os afetos e o coração, permite veja eu a tua vingança
contra eles, pois te confiei a minha causa. Cantai ao Senhor, louvai ao Senhor;
pois livrou a alma do necessitado da mão dos malfeitores”. (Jr 20:11)
Jeremias ficou conhecido como o “profeta
chorão”, pois o que mais se destaca nos seus registros é a ocorrência de
lamentações, queixas, súplicas, lágrimas e muito sofrimento. O povo de Israel,
salvo algumas exceções, não costumava aceitar as palavras do profeta, aliás,
alguns sentiam raiva dele. Portanto, Jeremias era perseguido pelo seu próprio povo
e também pelos falsos profetas.
O que mais fazia o profeta chorar e sofrer era
a certeza de que seria forçado a assistir a derrota de seu povo; o caos que se
abateria sobre a nação, o exílio para terras estranhas, tudo como consequência
do afastamento deles dos ensinos do Senhor. Jeremias quisera de todo o coração,
que houvesse arrependimento por parte do povo, e o retorno às leis de Deus,
pois disso dependia a vitória da nação. Como não houve arrependimento, o
profeta sofreu duas vezes: primeiro, porque previu as consequências e, segundo,
porque as presenciou.
Mas, não é correto pensar no profeta Jeremias
como alguém que chora por ser um fraco ou por não ter tido êxito em seu
ministério. Em absoluto! Jeremias foi um grande servo de Deus e cumpriu seu
ministério com muita ousadia, e mais do que isso: fez o seu trabalho com amor,
pois, sempre que ele chorava, era por amar o seu povo, por desejar o bem de sua
gente! Que lição de dedicação, de fidelidade e até mesmo, de patriotismo!
Jeremias não queria ver o seu povo ultrajado pelos inimigos!
Como o nosso querido Brasil precisa de alguns
Jeremias! Como os nossos políticos e dirigentes precisam se espelhar em Jeremias!
Pessoas que façam o seu trabalho como se fosse um ministério! Um serviço
prestado ao Deus Altíssimo! Que o façam com amor, com dedicação, com fidelidade,
com coragem, visando, acima de tudo o bem-estar do povo! Visando a grandeza da
nação!
Onde estão aqueles que estejam dispostos a
chorar pelo povo, pelo país? Onde estão aqueles que estejam dispostos a
conduzir as pessoas pelo caminho da justiça, da honestidade e do trabalho? Mas,
sobretudo, você que é cristão, onde está a sua disponibilidade em cumprir com o
seu ministério de testemunhar diante de todos o seu compromisso com Cristo?
Pois, fato é que se não houver uma
transformação interna, no coração, na mente de cada um, a nação como um todo,
não trilhará o caminho da justiça! Só ama a Pátria quem ama a Deus! Só combate
a injustiça quem conhece o Sol da Justiça – Cristo! Só combate o ódio e a
violência, quem conhece o amor de Deus! Só combate a imoralidade e a corrupção
quem olhou com fé a cruz do Calvário, e reconheceu ali, Aquele que levou sobre
Si as nossas transgressões e iniquidades!
Assim, aprendamos com o profeta Jeremias:
Chorar não é sinônimo de fraqueza! Chorar é emoção! Emoção que traduz amor
pelas pessoas, pela nação! Representa compromisso! Compromisso com Deus! É
andar de mãos dadas com a verdade, com a justiça, com o desejo intenso de ver o
bem e a felicidade dos outros! E se tivermos que derramar lágrimas, que sejam
lágrimas que curam!
“Os que com lágrimas semeiam, com júbilo
ceifarão. Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo,
trazendo os seus feixes”. (Sl 126:5-6)
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