quarta-feira, 8 de outubro de 2014

DE JOELHOS, ORAVA!

“Ora, quando Daniel soube que a escritura estava assinada, entrou na sua casa, no seu quarto em cima, onde estavam abertas as janelas para o lado de Jerusalém, e três vezes no dia se punha de joelhos, orava e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer”. (Dn 6:10)

Daniel tinha o habito de orar a Deus. Todos os dias. Três vezes ao dia. Onde? Em seu quarto. Como? Com as janelas abertas, olhando na direção de Jerusalém e de joelhos. Por que as janelas abertas para o lado de Jerusalém? A resposta você vai encontrar no livro sagrado em (II Crônicas 6:38-40) onde se lê a oração de Salomão quando consagrou o templo de Jerusalém.

Daniel era judeu, amava a sua terra, a sua gente, o seu Deus! Estava longe de seu país, mas não estava longe do Deus Altíssimo. Sentia saudades do templo em Jerusalém, mas sabia também que o Senhor não está limitado à distância nem ao local. Onde houver fé verdadeira, ali Deus está! No império medo-persa não havia um templo dedicado ao Deus Altíssimo. O povo desse império era pagão, idólatra e ligado às práticas de adivinhação, feitiçarias, encantamentos e astrologia.

Daniel procurava dar o seu testemunho de fé no meio de uma nação ímpia mas, eis que agora surgia uma lei. Lei essa que proibia qualquer pessoa no império de fazer suas orações e preces, que não fossem direcionadas ao rei Dario. Esse rei foi, durante trinta dias, e por força de decreto, designado a assumir o lugar de Deus! Isso, dito dessa maneira, parece inacreditável! Mas foi exatamente isso!

Uma mente pagã e idólatra, só serve mesmo para ditar bobagens! Que ousadia é essa? Onde é que já se viu uma estupidez dessas? Quando que um homem mortal consegue se colocar no lugar de Deus? Mesmo sendo o imperador, ou que tenha qualquer outro título, isso não faz dele nada mais do que um simples mortal! A atitude de Daniel diante desse decreto demonstra muito bem o quanto ele considerava uma tremenda insensatez o que os políticos medo-persas inventaram.

Até parece que o profeta Daniel já sabia qual era a intenção deles. Eles sabiam muito bem que Daniel era fiel a Deus, e não deixaria de sê-lo por causa de um decreto! Por causa de um decreto? Mas não havia também uma cova “cheinha” de leões famintos só esperando que alguém desobedecesse ao decreto do rei? Sim, havia! E, daí? Isso iria abalar a fé do profeta?

Os políticos do império medo-persa já sabiam que Daniel tinha o hábito de orar três vezes ao dia, ajoelhado, e com as janelas abertas! Que legal! Eles nem teriam que arrombar as janelas para conseguir um flagrante! Esses fiéis são mesmo uns ingênuos! Assim, ficaram à espreita, pois tinham certeza de que Daniel não deixaria de fazer suas preces ao Deus Altíssimo, único e verdadeiro!

E, na verdade, era essa cena que eles queriam ver. Não porque eles admirassem a fé de Daniel; o que eles queriam mesmo era ver Daniel virar almoço dos leões, e o mais rápido possível! Isso sim! Porém o profeta Daniel agiu como se não estivesse preocupado com coisa alguma! Ele não estava preocupado com os políticos do império medo-persa, nem com o rei Dario, nem com o decreto, nem com os leões.

Tanto que, como se ignorasse completamente aquela trama, Daniel dirigiu-se ao seu quarto, e com as janelas abertas em direção a Jerusalém, ajoelhou-se e começou a orar... não sei se ele teve tempo de dizer amém, pois os representantes da “CPI medo-persa” botaram as cabeças janela adentro e gritaram em uníssono: - Peguei-te cavaquinho! Hora do almoço dos leões! Prato do dia: “Daniel a medo-persa”! Acontece que o Deus Altíssimo já tinha planejado substituir o cardápio, pois o que decide o destino dos servos do Senhor, não é um decreto humano, mas o decreto de Deus.
  

“Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor”. (Rm 8:33; 38-39)

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