“Ora, quando Daniel soube que a escritura
estava assinada, entrou na sua casa, no seu quarto em cima, onde estavam
abertas as janelas para o lado de Jerusalém, e três vezes no dia se punha de
joelhos, orava e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava
fazer”. (Dn 6:10)
Daniel tinha o habito de orar a Deus. Todos os
dias. Três vezes ao dia. Onde? Em seu quarto. Como? Com as janelas abertas, olhando
na direção de Jerusalém e de joelhos. Por que as janelas abertas para o lado de
Jerusalém? A resposta você vai encontrar no livro sagrado em (II Crônicas
6:38-40) onde se lê a oração de Salomão quando consagrou o templo de Jerusalém.
Daniel era judeu, amava a sua terra, a sua
gente, o seu Deus! Estava longe de seu país, mas não estava longe do Deus
Altíssimo. Sentia saudades do templo em Jerusalém, mas sabia também que o
Senhor não está limitado à distância nem ao local. Onde houver fé verdadeira, ali
Deus está! No império medo-persa não havia um templo dedicado ao Deus
Altíssimo. O povo desse império era pagão, idólatra e ligado às práticas de
adivinhação, feitiçarias, encantamentos e astrologia.
Daniel procurava dar o seu testemunho de fé no
meio de uma nação ímpia mas, eis que agora surgia uma lei. Lei essa que proibia
qualquer pessoa no império de fazer suas orações e preces, que não fossem
direcionadas ao rei Dario. Esse rei foi, durante trinta dias, e por força de
decreto, designado a assumir o lugar de Deus! Isso, dito dessa maneira, parece
inacreditável! Mas foi exatamente isso!
Uma mente pagã e idólatra, só serve mesmo para
ditar bobagens! Que ousadia é essa? Onde é que já se viu uma estupidez dessas?
Quando que um homem mortal consegue se colocar no lugar de Deus? Mesmo sendo o
imperador, ou que tenha qualquer outro título, isso não faz dele nada mais do
que um simples mortal! A atitude de Daniel diante desse decreto demonstra muito
bem o quanto ele considerava uma tremenda insensatez o que os políticos
medo-persas inventaram.
Até parece que o profeta Daniel já sabia qual
era a intenção deles. Eles sabiam muito bem que Daniel era fiel a Deus, e não
deixaria de sê-lo por causa de um decreto! Por causa de um decreto? Mas não
havia também uma cova “cheinha” de leões famintos só esperando que alguém
desobedecesse ao decreto do rei? Sim, havia! E, daí? Isso iria abalar a fé do
profeta?
Os políticos do império medo-persa já sabiam
que Daniel tinha o hábito de orar três vezes ao dia, ajoelhado, e com as
janelas abertas! Que legal! Eles nem teriam que arrombar as janelas para
conseguir um flagrante! Esses fiéis são mesmo uns ingênuos! Assim, ficaram à
espreita, pois tinham certeza de que Daniel não deixaria de fazer suas preces
ao Deus Altíssimo, único e verdadeiro!
E, na verdade, era essa cena que eles queriam
ver. Não porque eles admirassem a fé de Daniel; o que eles queriam mesmo era
ver Daniel virar almoço dos leões, e o mais rápido possível! Isso sim! Porém o
profeta Daniel agiu como se não estivesse preocupado com coisa alguma! Ele não
estava preocupado com os políticos do império medo-persa, nem com o rei Dario, nem
com o decreto, nem com os leões.
Tanto que, como se ignorasse completamente
aquela trama, Daniel dirigiu-se ao seu quarto, e com as janelas abertas em
direção a Jerusalém, ajoelhou-se e começou a orar... não sei se ele teve tempo
de dizer amém, pois os representantes da “CPI medo-persa” botaram as cabeças
janela adentro e gritaram em uníssono: - Peguei-te cavaquinho! Hora do almoço dos
leões! Prato do dia: “Daniel a medo-persa”! Acontece que o Deus Altíssimo já
tinha planejado substituir o cardápio, pois o que decide o destino dos servos
do Senhor, não é um decreto humano, mas o decreto de Deus.
“Quem intentará acusação contra os eleitos de
Deus? É Deus quem os justifica. Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem
vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem
poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá
separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor”. (Rm 8:33;
38-39)
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