“Eram assim as visões da minha cabeça quando eu
estava no meu leito: eu estava olhando, e vi uma árvore no meio da terra, cuja
altura era grande; crescia a árvore, e se tornava forte, de maneira que a sua
altura chegava até ao céu; e era vista até aos confins da terra. A sua folhagem
era formosa, e o seu fruto abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo
dela os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos
seus ramos, e todos os seres viventes se mantinham dela. No meu sonho quando eu
estava no meu leito, vi um vigilante, um santo, que descia do céu, clamando,
fortemente, e dizendo: Derrubai a árvore, cortai-lhe os ramos, derriçai-lhe as
folhas, espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela, e as
aves dos seus ramos. Mas a cepa com as raízes deixai na terra, atada com
cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo. Seja ele molhado do orvalho do
céu, e a sua porção seja, com os animais, a erva da terra. Mude-se-lhe o
coração, para que, não seja mais coração de homem, e lhe seja dado coração de
animal; e passem sobre ele sete tempos.” (Dn 4:10-16)
Ao ler este texto bíblico, você talvez esteja
pensando: - Eu já vi esse filme! Mas, que tanto sonha esse rei? Pois é! Mas não
é tão estranho assim. É a mesma coisa que alguém perguntar por que no Japão
nasce japonês? Ora, Babilônia se tornou conhecida como sendo o berço da
astrologia, terra de magos, encantamentos, feitiçaria e por aí vai! É claro que
num meio desses, as pessoas valorizavam bastante os sonhos.
Só que Nabucodonosor era um caso à parte!
Quando ele sonhava, o império entrava em ebulição! Mania que ele tinha de
sonhar e sair desesperado para saber o significado do sonho! E ai se ele não
conseguisse encontrar alguém que fosse capaz de interpretar seus sonhos. E cada
vez que o rei sonhava, a história se repetia: - Chamem os adivinhos! E os
adivinhos chegavam, preocupados! – Tive um sonho assim e assim, dizia o
monarca. Quero saber o que significa! E já!
Os adivinhos coçavam a cabeça. Eles, com
certeza, achavam que o imperador não era bem certo das ideias... cada sonho
esquisito! - Primeiro foi o sonho
daquela imagem, agora, uma árvore! Assim, nós vamos acabar doentes! Mais uma
vez, eles tiveram que chamar Daniel, o profeta do Deus Altíssimo! – Daniel,
querido amigo, por favor, socorra-nos! Ore ao seu Deus! Nós não sabemos mais o
que fazer! O rei não para de sonhar! E nós não paramos de sofrer!
O profeta Daniel ao dar a interpretação do
sonho, revelou que aquela árvore simbolizava o próprio rei Nabucodonosor, cujo
império cresceu e se tornou forte. A grandeza de Nabucodonosor chegou ao céu, e
o domínio do seu reino chegou até a extremidade da terra. Disse também que o
vigia, um santo que descia do céu, era o decreto da parte de Deus de que o rei
Nabucodonosor seria afastado de seu reino por sete tempos (linguagem
profética), e iria morar com os animais do campo e comeria ervas como os bois,
e ficaria assim durante o tempo determinado por Deus, até que o rei
reconhecesse que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem
quer. E o tronco com as raízes da árvore, indicava que o reino voltaria para
Nabucodonosor depois que ele tivesse conhecido que Deus reina.
Em todos esses acontecimentos, alguns fatos
chamam a atenção. Por que os adivinhos do rei, que viviam disso, cuja função
era essa mesma, a de satisfazer a vontade do rei, interpretando-lhe os sonhos.
Sim, por que, determinados sonhos, eles não conseguiam decifrar? E por que
Daniel, que era profeta do Deus Altíssimo, não dado a interpretação de sonhos,
era quem acabava esclarecendo o sentido dos mesmos para o rei?
E por que Deus, que orientou o seu povo a não
buscar práticas ligadas à adivinhação, concedia sonhos a Nabucodonosor, para
lhe revelar acontecimentos importantes? E por que Nabucodonosor, que tinha um
“congresso de adivinhos” só pra ele, acabava sempre ficando insatisfeito com
eles, e era obrigado a procurar por Daniel?
Certamente que a resposta para todas estas
indagações está no fato de que, para o Deus Altíssimo alcançar Nabucodonosor,
Ele precisou usar a única linguagem que o rei era capaz de entender, ou seja,
sonhos. Em Cristo, Deus usou a nossa linguagem e se tornou Deus conosco!
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós,
cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do
Pai.” (Jo 1:14)
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