“Então Nabucodonosor se encheu de fúria e,
transtornado o aspecto do seu rosto contra Sadraque, Mesaque e Abede-Nego,
ordenou que se acendesse a fornalha sete vezes mais do que se costumava.
Ordenou aos homens mais poderosos que estavam no seu exército, que atassem a
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, e os lançassem na fornalha de fogo ardente.
Então estes homens foram atados com seus mantos, suas túnicas e chapéus, e suas
outras roupas, e foram lançados na fornalha sobremaneira acesa. Porque a
palavra do rei era urgente e a fornalha estava sobremaneira acesa, as chamas do
fogo mataram os homens que lançaram de cima para dentro a Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego. Então o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa e
disse aos seus conselheiros: Não lançamos nós três homens atados dentro do
fogo? Responderam ao rei: É verdade, ó rei. Tornou ele e disse: Eu, porém, vejo
quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e o
aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses.” (Dn 3:19 -25)
Nabucodonosor se sentiu desafiado na sua
autoridade de Imperador. Será que esses jovens estão achando que a minha
terrível fornalha ardente não passa de uma fogueirinha? Ah, é? Pois eles vão
ver só do que eu sou capaz! Vou tomar minhas providências e mostrar-lhes o que
acontece com quem me desafia! Então, pegue um caderno e anote as diligências tomadas:
Primeiro – Quero que vocês aumentem a
temperatura da fornalha! Sete vezes mais! Segundo – Quero que esses jovens
sejam amarrados, bem atados (vai que o Deus deles possa mesmo livrá-los,
preciso me garantir). Terceiro – Como nós nunca mais os veremos, então queimem
também os pertences deles, roupas, mantos, túnicas, chapéus, tudo! Quarto –
Quero os soldados mais experientes e fortes para conduzi-los à fornalha (esses
meninos são muito espertos, não quero correr riscos). E para finalizar:
Urgência! Nem um minuto a mais de tolerância!
Imagino que, para que a cena ficasse mais
empolgante, o rei tenha mandado preparar arquibancadas e camarotes, para que
junto com seus conselheiros, pudesse assistir ao espetáculo. Se tivesse pipoca
com refrigerante, aí, seria uma glória! Essa atitude de Nabucodonosor, tentando
impedir a ação do Deus Altíssimo em favor dos seus servos, nos traz à memória a
cena da crucificação de Cristo. Estão lembrados? Uma grande pedra foi colocada
na entrada do túmulo (justificavam dizendo que era para que ninguém roubasse o
corpo), e uma escolta foi designada para fiscalizar o local. Isso garantiu
alguma coisa? Não!
Assim, também as providências de Nabucodonosor
não serviram para nada, ou melhor, serviram sim, para mostrar que a pessoa que
não tem o conhecimento do Deus Altíssimo, age como tolo! Olha todas as coisas
pelo lado material e humano, e esquece-se que Deus é Soberano e está acima de
qualquer circunstância. Portanto, o ser humano não pode desafiar a Deus!
Então, percebam como o teatro de Nabucodonosor,
desabou! Primeiro – Aquela fornalha superaquecida transformou-se numa
“sauninha” confortável! Segundo – os príncipes de Judá que tinham sido amarrados
fortemente foram libertos pelo Senhor, de modo que podiam se movimentar
livremente dentro da fornalha! Terceiro – Suas roupas, túnicas, mantos e
chapéus, que o rei esperava não ver nunca mais, serviram depois, como
testemunho de que nem mesmo cheiro de fumaça passou sobre eles! Quarto – Os
soldados experientes e fortes que foram designados para jogar os três jovens na
fornalha, morreram só de chegar perto do fogo! E, finalmente, a cena da
fornalha ardente serviu para colocar uma dúvida muita séria na cabeça de
Nabucodonosor: - Será que não estou mais enxergando bem? Quantas pessoas
jogamos na fornalha? Não foram somente três? Como é que eu estou vendo quatro?
E aquele quarto elemento parece que não é deste mundo! Quem é ele?
O próprio rei Nabucodonosor se aproximou da
porta da fornalha e chamou: “Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus
Altíssimo, saí e vinde! Então Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do meio do
fogo. Falou Nabucodonosor, e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego, que enviou o seu anjo, e livrou os seus servos, que confiaram nele
[...] porque não há outro Deus que possa livrar como este.” (Dn 3:26-30)
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