quarta-feira, 30 de julho de 2014

PRECISO DE UM OCULISTA!

“Então Nabucodonosor se encheu de fúria e, transtornado o aspecto do seu rosto contra Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, ordenou que se acendesse a fornalha sete vezes mais do que se costumava. Ordenou aos homens mais poderosos que estavam no seu exército, que atassem a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, e os lançassem na fornalha de fogo ardente. Então estes homens foram atados com seus mantos, suas túnicas e chapéus, e suas outras roupas, e foram lançados na fornalha sobremaneira acesa. Porque a palavra do rei era urgente e a fornalha estava sobremaneira acesa, as chamas do fogo mataram os homens que lançaram de cima para dentro a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Então o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa e disse aos seus conselheiros: Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? Responderam ao rei: É verdade, ó rei. Tornou ele e disse: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses.” (Dn 3:19 -25)

Nabucodonosor se sentiu desafiado na sua autoridade de Imperador. Será que esses jovens estão achando que a minha terrível fornalha ardente não passa de uma fogueirinha? Ah, é? Pois eles vão ver só do que eu sou capaz! Vou tomar minhas providências e mostrar-lhes o que acontece com quem me desafia! Então, pegue um caderno e anote as diligências tomadas:

Primeiro – Quero que vocês aumentem a temperatura da fornalha! Sete vezes mais! Segundo – Quero que esses jovens sejam amarrados, bem atados (vai que o Deus deles possa mesmo livrá-los, preciso me garantir). Terceiro – Como nós nunca mais os veremos, então queimem também os pertences deles, roupas, mantos, túnicas, chapéus, tudo! Quarto – Quero os soldados mais experientes e fortes para conduzi-los à fornalha (esses meninos são muito espertos, não quero correr riscos). E para finalizar: Urgência! Nem um minuto a mais de tolerância!

Imagino que, para que a cena ficasse mais empolgante, o rei tenha mandado preparar arquibancadas e camarotes, para que junto com seus conselheiros, pudesse assistir ao espetáculo. Se tivesse pipoca com refrigerante, aí, seria uma glória! Essa atitude de Nabucodonosor, tentando impedir a ação do Deus Altíssimo em favor dos seus servos, nos traz à memória a cena da crucificação de Cristo. Estão lembrados? Uma grande pedra foi colocada na entrada do túmulo (justificavam dizendo que era para que ninguém roubasse o corpo), e uma escolta foi designada para fiscalizar o local. Isso garantiu alguma coisa? Não!

Assim, também as providências de Nabucodonosor não serviram para nada, ou melhor, serviram sim, para mostrar que a pessoa que não tem o conhecimento do Deus Altíssimo, age como tolo! Olha todas as coisas pelo lado material e humano, e esquece-se que Deus é Soberano e está acima de qualquer circunstância. Portanto, o ser humano não pode desafiar a Deus!

Então, percebam como o teatro de Nabucodonosor, desabou! Primeiro – Aquela fornalha superaquecida transformou-se numa “sauninha” confortável! Segundo – os príncipes de Judá que tinham sido amarrados fortemente foram libertos pelo Senhor, de modo que podiam se movimentar livremente dentro da fornalha! Terceiro – Suas roupas, túnicas, mantos e chapéus, que o rei esperava não ver nunca mais, serviram depois, como testemunho de que nem mesmo cheiro de fumaça passou sobre eles! Quarto – Os soldados experientes e fortes que foram designados para jogar os três jovens na fornalha, morreram só de chegar perto do fogo! E, finalmente, a cena da fornalha ardente serviu para colocar uma dúvida muita séria na cabeça de Nabucodonosor: - Será que não estou mais enxergando bem? Quantas pessoas jogamos na fornalha? Não foram somente três? Como é que eu estou vendo quatro? E aquele quarto elemento parece que não é deste mundo! Quem é ele?

O próprio rei Nabucodonosor se aproximou da porta da fornalha e chamou: “Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Então Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do meio do fogo. Falou Nabucodonosor, e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo, e livrou os seus servos, que confiaram nele [...] porque não há outro Deus que possa livrar como este.” (Dn 3:26-30)


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