“O Senhor
sentiu o suave cheiro, e disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a
terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a
sua meninice. E jamais tornarei a ferir a todos os seres viventes, como fiz.
Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor,
verão e inverno, dia e noite.” (Gn 8:21-22)
Este texto parece indicar que,
após o dilúvio, o Senhor nosso Deus sentiu uma espécie de remorso por todo
aquele extermínio. Os questionadores poderiam aproveitar para acusar a Deus de
intolerância e falta de misericórdia. Note no texto, que o Senhor nosso Deus,
parece ter ficado pesaroso, não pelo ser humano propriamente dito, mas pela
terra, pelos seres viventes, entendido como os animais, a terra, a natureza
enfim.
Quando o Senhor nosso Deus diz:
“Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem...”, é como se Ele
dissesse: Não é justo que o homem peque, e quem pague o preço seja a terra e os
demais seres viventes! Isto quer dizer que o pesar que Deus sentiu não foi por
obra e graça da bondade infinita do ser humano!
Muito pelo contrário, o Senhor reconhece, isso sim, que a maldade do
homem é um mal crônico, pegajoso, difícil de se lidar. Por isso Ele disse: “porque
a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice.”
Costumamos olhar as crianças e
achar que elas são uns anjinhos. Entretanto, os efeitos do pecado já começam a
se manifestar desde a meninice, aliás, desde a formação no ventre materno. E se
a criança for criada achando que tudo o que ela faz de errado é uma gracinha e
motivo de risos, não se iluda, aquela criança linda de hoje, poderá ser no
futuro, o marginal que a sociedade perseguirá, esquecendo-se completamente da
criança linda e engraçadinha do passado!
Assim, quando o Senhor nosso
Deus declarou o comprometimento do ser humano com o pecado, é fácil chegar à
seguinte conclusão: Se todas as vezes que o homem pecar, a terra tiver que ser
destruída, isso não será justo para com a terra!
Na sequência do texto bíblico
indicado, o Senhor nosso Deus declara que enquanto a terra durar, haverá um
processo de continuidade na natureza, assim como, sementeira e ceifa, frio e
calor, verão e inverno, dia e noite. O que significa dizer que, independente do
que o homem faça, as leis naturais instituídas por Deus, prevalecerão. Ufa!
Graças a Deus! Porque já pensou se essas leis naturais também estivessem nas
mãos dos homens? Imagine a confusão! Do jeito como eles demoram para decidir
alguma coisa! Então, ainda bem que o percurso do sol, lua e estrelas; as
estações do ano, os movimentos do mar, tudo já está matematicamente organizado
por Deus! Se dependesse de decisões humanas, estaríamos até hoje esperando!
Entretanto, não se entenda isso,
como uma permissão para o homem praticar transgressões, sem que Deus, um dia,
tome uma providência. Observe: “Enquanto a terra durar.” Isto significa que há
um limite! O Senhor nosso Deus não está engolindo todas as maldades humanas e
achando gostoso! Certamente, não! O registro sagrado aponta para os finais dos
tempos, quando o Senhor chamará cada um a juízo!
Alguém então diria: Quer dizer
que a terra e a natureza são mais importantes para Deus do que as pessoas? Não!
Não é isso. Note que antes de Deus dar o seu parecer com respeito à natureza do
homem, Ele aceitou o sacrifício que Noé oferecera sobre o altar. Este
cerimonial aponta para o sacrifício maior, o Cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo, ou seja, Jesus Cristo! Então, se para com a terra e a natureza, Deus
se mostrou misericordioso, para com o ser humano, Ele se mostrou muito mais,
infinitamente mais misericordioso, ao entregar o Seu Filho Unigênito, para nos
redimir dos nossos pecados.
“Mas Deus prova o seu próprio
amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda
pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos
por Ele salvos da ira.” (Rm 5:8-9)
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