Conta-se
que certo rei teve que se disfarçar de pessoa comum para escapar com vida dos
que usurparam seu trono. Durante o tempo em que ele, para não ser reconhecido,
se vestia humildemente, precisou se hospedar em casa de seus súditos. Numa
dessas ocasiões, o rei foi duramente maltratado e humilhado. Chovia muito e ele
precisava de um abrigo para passar a noite. Bateu à porta de uma casa bem
simples no meio da floresta. Uma senhora veio atendê-lo muito mal humorada. Ele
pediu pouso e alimento. Ela lhe forneceu a sobra das panelas e indicou-lhe o
pior lugar da casa onde ele pudesse dormir. No dia seguinte, pela manhã, assim
que o estranho acordou, aquela senhora pediu que o hóspede se retirasse,
dizendo que não tinha como sustentar desconhecidos.
Algum tempo depois, aquele rei
retomou o seu trono e reassumiu o seu poder. Mandou então chamar aquela senhora
à sua presença e disse: - Gostaria de agradecer-lhe pela hospedagem que a
senhora me concedeu, num momento difícil da minha vida.
Não é necessário dizer o quanto
aquela mulher ficou perturbada e envergonhada. Contudo, o rei não a castigou.
Apenas disse: A senhora, sem saber, desprezou um rei!
Pode ser que esta situação tenha
sido realidade em muitos acontecimentos da história humana, porém, ela
aconteceu de fato, por ocasião do nascimento do Rei dos reis, o Senhor Jesus
Cristo. Foi o nascimento mais singular da História, tanto que a humanidade o
considera como referencial do tempo (AC – antes de Cristo e DC – depois de
Cristo).
No entanto, por ocasião do
nascimento de Cristo, no momento em que o menino Deus deveria nascer, o humilde
casal, José e Maria, perambulava pelas ruas de Belém, apinhadas de gente, a
procura de um lugar para repousar. É possível que, em desespero, por não haver outro
lugar, o casal aceitou a oferta da estrebaria, e foi ali, naquele lugar, que o
Filho de Deus veio ao mundo! Não havia berço e, por isso, Maria o fez adormecer
numa manjedoura!
Podemos imaginar a cena, mais ou
menos, assim: Maria a se contorcer de dores e, José, aflito, implora ao dono da
casa que os recolhesse. O dono da casa, quem sabe, um tanto aborrecido,
desabafa: - Pois bem, ali está a estrebaria. Se quiserem, podem ficar lá! Você
acha que se ele soubesse quem era a criança que estava vindo ao mundo, a
atitude dele seria a mesma? Penso que, certamente, haveria uma mudança no
comportamento daquele homem, ou daquela mulher. Por certo, diriam: - Que
maravilha! O Messias vai nascer? Mas, que honra para nós recebê-lo em nossa
casa! Vamos lhe dar o melhor aposento!
Surpreendentemente, o Senhor
Jesus Cristo, durante todo o Seu ministério aqui na terra, perambulou como um
rei desconhecido. Sem trono! Sem glória! Como palácio, uma estrebaria! Como
berço, uma manjedoura! Como cetro, uma cruz! Como coroa, uma coroa de espinhos!
Como condenação, nossos pecados! Como prêmio, nossa redenção!
“... pois conheceis a graça de nosso
Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que
pela sua pobreza vos tornásseis ricos.” (2 Co 8:9)
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