“Disse
Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra.
Agora maldito és desde a terra, que abriu a sua boca para receber das tuas mãos
o sangue do teu irmão. Quando lavrares o solo, não te dará mais a sua força;
fugitivo e errante serás pela terra. Então disse Caim ao Senhor: É maior o meu
castigo do que eu possa suportar. Hoje me lanças da face da terra, e da tua
presença me esconderei; serei fugitivo e errante pela terra, e qualquer que
comigo se encontrar me matará. O Senhor, porém, lhe disse: Portanto qualquer
que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para
que não o ferisse quem quer que o encontrasse”. (Gn 4:10-15)
Percebemos, nas Escrituras, que a
misericórdia do Senhor nosso Deus é sempre abundante e não repousa em nossos
merecimentos. Se a misericórdia do Senhor estivesse vinculada aos nossos
merecimentos, jamais poderíamos alcança-la! Caim que o diga! Depois de tudo o
que ele fez, o Senhor nosso Deus não o isentou da culpa, mas colocou um sinal
em Caim para que ninguém o ferisse. O que aprendemos com isso? Já que Caim
matou o seu irmão Abel, não seria justo que alguém o matasse também? Muitas
vezes somos levados a pensar dessa maneira.
Entretanto, se o nosso Deus proibiu
que alguém ferisse a Caim, certamente é porque Deus quer nos mostrar que a
vingança pertence somente a Ele. Não temos o direito de tentar fazer justiça
com as nossas próprias mãos. E por quê? Porque nós nem mesmo sabemos fazer
justiça! Quantas injustiças já foram cometidas, justamente porque o homem
tentou fazer justiça com suas próprias mãos? Além do mais, para se fazer
justiça, é indispensável que se seja justo. E não há nenhum justo sobre a
terra! (Rm 3:10-12). Agora conseguimos entender porque o Senhor Jesus Cristo
impediu que a mulher adúltera fosse apedrejada, com uma
simples afirmação: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro que lhe atire
pedra.” (Jo 8:7)
Mas, no caso de Caim, percebemos que
o caminho que ele trilhou, após ter cometido o assassinato de Abel, não foi dos
melhores. As consequências de seu ato, ele sofreu, vivendo de uma forma
errante, fugitivo e com a marca da culpa. Não se nota nas palavras de Caim
nenhum sinal de arrependimento. Ele aceita a sentença de Deus e sai pelo seu
caminho. Daquele dia em diante, passa a se esconder de Deus. Encontra um lugar
para habitar e dá sequência a sua vida, gerando filhos e não se preocupando em
conduzi-los a Deus. Mais tarde, um descendente de Caim, chamado Lameque, comete
dois crimes. E diz, como se fosse a coisa mais comum: “Matei um homem por me
ferir, e um rapaz por me pisar.” (Gn 4:23) Com essa filosofia de vida, as
pessoas poderiam morrer por qualquer bobagem. Como se a vida não tivesse preço.
Esta é a visão que o pecado dá. Se a
misericórdia do Senhor e até mesmo a Sua interferência nos destinos da
humanidade não fosse uma constante no mundo, os “Cains” e os “Lameques” da
vida, estariam por aí, ceifando vidas, semeando violências, imprimindo terror.
Mas este é o quadro que está sendo visto na televisão todos os dias! Por certo
é o que você está pensando! Sim, é verdade. Porém, cabe a cada um de nós,
cristãos, proclamarmos ao mundo que Cristo veio para dar vida e vida em
abundância. E esta mensagem é para todos! Por maior que seja o número de Cains
e Lameques sobre a terra, maior é a graça de Deus, que em Cristo Jesus, oferece
oportunidade de perdão e transformação a todos os que creem. Eis o testemunho
das Escrituras: “... mas onde abundou o pecado, superabundou a graça; a fim de
que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela
justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo nosso Senhor.” (Rm 5:20-21).
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