“À mulher
disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua gestação; em dor darás à luz
filhos. O teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. Ao homem disse:
Porque deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te
ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por tua causa; em fadiga
comerás dela todos os dias da tua vida. Ela produzirá também espinhos e
abrolhos, e comerás das ervas do campo. Do suor do teu rosto comerás o teu pão,
até que tornes à terra, porque dela foste tomado; pois és pó, e ao pó
tornarás.” (Gn 3:16-19)
Vivemos num mundo mergulhado em
perplexidades. Vemos doenças, fome, miséria, violência, injustiças, roubos,
assaltos, crimes, vícios, enfim, impossível enumerar todos os efeitos diretos que
o pecado causou no mundo, desde aquele momento trágico, lá no jardim do Éden,
quando os nossos primeiros pais rejeitaram a vontade de Deus e se submeteram à
vontade do maligno. A humanidade não poderia esperar, que diante de um pacto desses,
onde o ser humano submete a sua vontade ao mal, pudesse resultar alguma coisa
boa. É claro que vivemos numa terra maldita, por causa do próprio homem!
Entretanto, as lições não foram
aprendidas! Seis mil anos de história humana, e ainda vivemos como se
estivéssemos fazendo parte da cena do Éden, repetindo os mesmos gestos, as
mesmas atitudes de Adão e Eva, provando que, de fato, somos seus descendentes.
As mesmas desculpas, as mesmas acusações, a mesma covardia! É por isso que
grande parte das pessoas acusa a Deus pelos dissabores da vida. Muitos dizem: Parece
que Deus não gosta de mim! Por que Ele deixou que isso me acontecesse? É a
repetição da resposta de Adão: “A mulher que tu me deste...” Em outras
palavras: Foi o Senhor mesmo que me deu essa mulher! Assim, Adão estava
empurrando a responsabilidade para Deus! Preste atenção em sua volta e veja se
não existem milhares de “Adãos” culpando a Deus pelos seus dissabores! Se o
homem não poupa nem mesmo a Deus de seu dedo acusador, poupará ao seu
semelhante?
Apesar disso, as desculpas
apresentadas por Adão e Eva, não mudaram, em nada, a sentença de Deus. E ao dar
a Sua sentença, o Senhor nosso Deus está declarando que o pecado, uma vez
cometido, não poupa a sua vítima. Logo, não era Deus que estava castigando o
homem. Era o próprio homem que estava colhendo os resultados de sua escolha.
Assim, a mulher passou a dar à luz filhos em meio a dores. Antes da
desobediência, a concepção e o nascimento de filhos seriam sem dor, sem
sofrimento. Note que a ordem “crescei e multiplicai” foi dada antes da queda da
raça humana.
Foi dito também que o
relacionamento entre o homem e a mulher, passaria a ser em meio a um clima de
opressão e sujeição. Isto não significa que haja concordância da parte de Deus
com respeito a essa desarmonia. É o pecado na natureza humana que causa esses
transtornos. A terra foi amaldiçoada por causa do homem. A luta pela
sobrevivência, a dificuldade em se prover alimentos, tudo isso fica bem claro,
ao som destas palavras: “Do suor do teu rosto comerás o teu pão”. A terra
produzirá espinhos e abrolhos, significa que a semente lançada pelo lavrador,
brota, mas com ela, brotam também as pragas, que ninguém semeou, mas que estão
ali, atormentando a vida do trabalhador!
E, finalmente, temos: “Até que
tornes à terra, porque dela foste tomado; pois és pó, e ao pó tornarás.” Estas
palavras não têm, necessariamente, o sentido de fim, mas de retorno, pois o
homem foi formado da terra, portanto os elementos orgânicos do corpo humano
voltam à sua origem. Para aquele que confia em Cristo, prevalece o fato de que
a vida sobrepuja o pó, pois o próprio Senhor Jesus afirmou: “Eu sou a
ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.” (Jo 11:25)
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