QUEM VAI PAGAR POR MIM?

 

“Ao oitavo dia, chamou Moisés a Arão, e a seus filhos, e aos anciãos de Israel e disse a Arão: Toma um bezerro, para oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto, ambos sem defeito, e traze-os perante o Senhor. Depois, dirás aos filhos de Israel: Tomai um bode, para oferta pelo pecado, um bezerro e um cordeiro, ambos de um ano e sem defeito, como holocausto; e um boi e um carneiro, por oferta pacífica, para sacrificar perante o Senhor, e oferta de manjares amassada com azeite; porquanto, hoje, o Senhor vos aparecerá. Então, trouxeram o que ordenara Moisés, diante da tenda da congregação, e chegou-se toda a congregação e se pôs perante o Senhor. [...] Então, entraram Moisés e Arão; e, saindo, abençoaram o povo; e a glória do Senhor apareceu a todo o povo. E eis que, saindo fogo de diante do Senhor, consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo o povo, jubilou e prostrou-se sobre o rosto”. (Lv 9:1-5, 23-24)

 

O livro sagrado de Levítico tem como propósito principal, apresentar as leis cerimoniais que deveriam nortear o culto devido ao Deus Altíssimo. O que mais se destaca é o princípio da substituição. O que significa isso? Significa que os pecados cometidos pelo povo, inclusive, os dos sacerdotes, seriam perdoados ou expiados, desde que um animal inocente fosse sacrificado no lugar dos culpados! Estranho, não? Veja a lista dos animais trazidos na primeira cerimônia dirigida pelo sacerdote Arão: Bezerro, carneiro, bode, cordeiro, boi. Todos esses animais seriam mortos, sacrificados e o sangue deles seria aspergido à base do altar para expiação da culpa de seus ofertantes! Em resumo: O ser humano cometia uma transgressão e quem morria era um animal inocente! Princípio da substituição! Está com pena dos animais? Eu também! Não acha justo? Eu também! E o que você acha do nosso substituto na Cruz do Calvário? Quem assumiu o nosso lugar? Quem levou sobre Si as nossas transgressões? Você já considerou sobre isso? Todas as vezes que você ler em na sua Bíblia (Jo 1:29) “Eis o Cordeiro de Deus , que tira o pecado do mundo!”, lembre-se disso!

 

Naturalmente, os ritos, leis, ordenanças para o povo de Israel eram bem complexos e não é meu propósito descrever sobre cada ritual judaico. Isso seria um trabalho para os rabinos, especialistas nesse tema, porém, é fundamental comparar o livro de Levítico (Antigo Testamento) com o livro de Hebreus (Novo Testamento). Como cristã, acho magnífico que o Cordeiro de Deus (Cristo) retirou de nós, Seu Povo, a obrigatoriedade (lei) de sacrificar animais inocentes (matar) para nos santificar diante do Senhor! Entretanto, por causa da sensibilidade, choramos pelo sacrifício dos animaizinhos! E o sacrifício de Cristo? Choramos por Ele? Sentimos o coração apertado e oprimido por sabermos que Ele sofreu o nosso castigo? Foi chicoteado, verteu Seu Sangue, recebeu uma coroa de espinhos que rasgou a Sua fronte! Choramos por isso? Você sabe dimensionar o sofrimento de Cristo na Cruz? Como Cordeiro manso, Ele não abriu a sua boca! Você sabia que os cordeirinhos quando são sacrificados, morrem em silêncio? Apenas vertem lágrimas! Você sabia que o sofrimento de Cristo na cruz não foi apenas dor física? Que os nossos pecados, transgressões foram expiados nEle e que não temos palavras em língua nenhuma que consiga expressar essa dor, angústia e sofrimento?

 

Os holocaustos oferecidos pelos israelitas, se estivessem de acordo com as orientações do Deus Altíssimo, seriam aceitos por Deus, que se manifestava através do fogo que consumia a oferta sobre o altar! O sacrifício foi aceito! O povo se jubilava e se prostrava sobre o rosto! E o sacrifício de Cristo? Foi aceito por Deus Pai? Sim! A ressurreição de Cristo é a manifestação de Deus Pai, declarando que, de fato, tudo está consumado! Lembre-se que, por ocasião da morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo, houve trevas sobre toda a terra, e o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo, houve também um grande terremoto, os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos, fenderam-se as rochas, abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. (Leia nos Evangelhos)

 

“Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção”. (Hb 9:11-12)