“[...] Isaque, pois, ficou em Gerar. Semeou Isaque naquela terra e, no mesmo ano, recolheu cento por um, porque o Senhor o abençoava. Enriqueceu-se o homem, prosperou, ficou riquíssimo; possuía ovelhas e bois e grande número de servos, de maneira que os filisteus lhe tinham inveja. E, por isso, lhe entulharam todos os poços que os servos de seu pai haviam cavado, nos dias de Abraão, enchendo-os de terra. Disse Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós, porque já és muito mais poderoso do que nós”. (Gn 26:6; 12-16)
As cenas descritas acima
mostram como tem sido os relacionamentos sociais do povo de Deus no meio da
sociedade. Não adianta os cristãos desejarem uma vida sem atritos no meio em
que vivem. Simplesmente, não dá! Isaque, no seu tempo, tentou de todas as formas
viver “numa boa” com seus vizinhos, os filisteus, até porque, vivia ali de
favor.
Perceba que o sentimento que
causava atrito entre filisteus e a família de Isaque tem um nome que explica o
porquê de tantos atritos no mundo: Inveja! E, por quê? Porque Isaque era
abençoado pelo Deus Altíssimo e tudo o que ele fazia, prosperava. Tornou-se
riquíssimo! Porém, era trabalhador! Fazia o seu dever.
A inveja dos filisteus era
tanta que apelaram para a sabotagem! Que tal a gente entulhar os poços de água
deles, com terra? Aí, quero ver como seus animais vão sobreviver sem água! O
rei dos filisteus, percebendo que havia risco de desentendimentos mais sérios,
pede para Isaque: Vá embora daqui! Você já é mais poderoso do que nós!
Isaque vai para o vale e,
chegando lá, seus servos fizeram a única coisa que sabiam fazer: Cavaram outro
poço! Vieram os filisteus e o tomaram. Cavaram outro, tomaram também! Na
terceira tentativa, os filisteus, já cansados de se apropriarem dos poços dos
outros, desistiram de brigar. Ufa! Até que enfim! Um pouco de paz!
Esse poço mereceu até um
nome especial: Reobote! Depois, Isaque chegou em Berseba. Ali, levantou um
altar ao Deus Altíssimo, que falou com ele: “Na mesma noite, lhe apareceu o
Senhor e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou
contigo; abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência por amor de Abraão,
meu servo”. (Gn 26:24-25)
O importante é notar que
Isaque cultivava a comunhão com o Deus Altíssimo! Por isso, ele enfrentava as
provocações dos filisteus com paciência, tolerância e trabalho! Tinha
consciência do testemunho de sua fé e do que o Senhor esperava dele! Era como
se Deus lhe sussurrasse ao ouvido: Eu sei que não é fácil! Estou com você! Não desanime!
A diferença entre Isaque e
os cristãos de hoje é que alguns “cristãos” não aceitam ceder como fez Isaque!
É como se dissessem: Este poço é meu, eu que cavei e vou brigar na justiça
pelos meus direitos! E vou pedir também indenização pelos prejuízos causados!
Vocês entulharam meus poços! Deixar por isso mesmo? De jeito nenhum! Se bobear,
a gente se “rola nos tapas”! Confesso que eu me enquadro mais nesse grupo!
Infelizmente.
Em algumas situações é
possível que os cristãos tenham que defender seus direitos, porém, dentro do
que as Escrituras estabelecem! Veja só que orientação significativa: “Não
torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os
homens; se possível, quando depender de vós, tende paz com todos os homens”.
(Rm 12:17-18)
Sendo assim, é importante
que haja discernimento cristão para entender que a convivência numa sociedade
contrária à nossa fé, não é fácil! Não dá para ficarmos na ilusão de que
seremos aplaudidos por sermos cristãos! Se o próprio Cristo foi censurado,
criticado, provocado, rejeitado e até crucificado pela sociedade do seu tempo,
por que seria diferente conosco? Aliás, o próprio Senhor Jesus já nos alertou:
“Estas cousas vos tenho dito
para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom
ânimo; eu venci o mundo”. (Jo 16:33)
Bela mensagem!
ResponderExcluirObrigada!
ExcluirBela mensagem!
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