quarta-feira, 29 de julho de 2020

DESERTO OU JARDIM?


Uma das bênçãos mais maravilhosas que encontramos nas Escrituras é a constatação de que o Deus Altíssimo é especialista em transformar trevas em luz, desertos em jardins, o mal em bem, o ódio em amor, a tempestade em calmaria, o fracasso em sucesso, a derrota em vitória e, principalmente, o pecador condenado, em uma nova criatura refletindo a Glória do Senhor!

Foi isso o que aconteceu no relato bíblico registrado em Gênesis 19:30-38 e que trata da origem de dois povos dos tempos bíblicos da antiguidade: os moabitas e os amonitas, filhos de Ló, fato esse, que o registro sagrado não tem a menor intenção de ocultar e assim destaca: “E assim as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai. A primogênita deu à luz um filho e lhe chamou Moabe: é o pai dos moabitas até ao dia de hoje. A mais nova também deu à luz um filho e lhe chamou Ben-Ami: é o pai dos filhos de Amom, até ao dia de hoje”.

Por certo, este relato causa espanto em algumas pessoas, levando alguns a conclusões equivocadas. É preciso entender que Ló não participou, conscientemente, dos fatos. Ele foi embriagado pelas filhas. As filhas não eram necessariamente pervertidas; elas queriam apenas conservar a descendência do pai e, naquelas circunstâncias, parecia não haver outra escolha.

Portanto, não há registro de que essa situação tenha se repetido. Por isso,  entendo que não temos o direito de criticar ou censurar esse procedimento, sem seguir adiante e entender o quanto esse fato foi determinante na genealogia de Cristo! Ah! Como o Deus Altíssimo é poderoso para desfazer as obras das trevas!

Sim, porque dá para perceber, nitidamente, o quanto Satanás pulava de alegria por achar que tinha conseguido impedir que o Messias viesse ao mundo! A mesma alegria que ele sentiu quando induziu Adão e Eva a comerem do fruto proibido, lá no Éden! A mesma alegria que o maligno sentia quando induzia os povos a destruir Israel! O mesmo contentamento em ver o povo judeu espalhado, humilhado nas terras de inimigos! A mesma satisfação quando induziu Herodes a matar os meninos abaixo de dois anos, pois esperava que o menino Jesus estivesse entre eles!

E também, na mesma medida, indignação, quando não conseguiu impedir Cristo de chegar à Cruz, pois ali Satanás foi derrotado e, ali mesmo, foi concedida a graça  redentora à humanidade! Graça que liberta do pecado, graça que transforma, graça que dá nova vida, graça que redime, que perdoa, que justifica, que purifica, graça que nos coloca novamente em comunhão com o Deus Altíssimo!

Leia o livro sagrado intitulado Rute. Que relato lindo! Podemos até sentir o Deus Altíssimo tomando a jovem moabita pela mão, como que a dizer: Filha, prazer em recebê-la como parte do meu povo! Como fiquei feliz em ouvir suas palavras “o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus”, vem. Vou conduzi-la ao seu noivo e através de sua descendência o meu Filho virá ao mundo trazer vida e salvação aos povos!

E onde havia trevas, resplandeceu a luz; onde não havia saída, o Deus Altíssimo abriu a porta, onde não havia cura, houve restauração, onde tudo estava perdido, houve salvação, onde havia apenas deserto, as flores se abriram espalhando perfume, cores, beleza!

“Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor”. (Rm 5:20-21)




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