Uma das bênçãos mais maravilhosas que encontramos nas
Escrituras é a constatação de que o Deus Altíssimo é especialista em
transformar trevas em luz, desertos em jardins, o mal em bem, o ódio em amor, a
tempestade em calmaria, o fracasso em sucesso, a derrota em vitória e,
principalmente, o pecador condenado, em uma nova criatura refletindo a Glória
do Senhor!
Foi isso o que aconteceu no relato bíblico registrado em
Gênesis 19:30-38 e que trata da origem de dois povos dos tempos bíblicos da
antiguidade: os moabitas e os amonitas, filhos de Ló, fato esse, que o registro
sagrado não tem a menor intenção de ocultar e assim destaca: “E assim as duas
filhas de Ló conceberam do próprio pai. A primogênita deu à luz um filho e lhe
chamou Moabe: é o pai dos moabitas até ao dia de hoje. A mais nova também deu à
luz um filho e lhe chamou Ben-Ami: é o pai dos filhos de Amom, até ao dia de
hoje”.
Por certo, este relato causa espanto em algumas pessoas,
levando alguns a conclusões equivocadas. É preciso entender que Ló não
participou, conscientemente, dos fatos. Ele foi embriagado pelas filhas. As
filhas não eram necessariamente pervertidas; elas queriam apenas conservar a
descendência do pai e, naquelas circunstâncias, parecia não haver outra escolha.
Portanto, não há registro de que essa situação tenha se
repetido. Por isso, entendo que não
temos o direito de criticar ou censurar esse procedimento, sem seguir adiante e
entender o quanto esse fato foi determinante na genealogia de Cristo! Ah! Como
o Deus Altíssimo é poderoso para desfazer as obras das trevas!
Sim, porque dá para perceber, nitidamente, o quanto Satanás
pulava de alegria por achar que tinha conseguido impedir que o Messias viesse
ao mundo! A mesma alegria que ele sentiu quando induziu Adão e Eva a comerem do
fruto proibido, lá no Éden! A mesma alegria que o maligno sentia quando induzia
os povos a destruir Israel! O mesmo contentamento em ver o povo judeu
espalhado, humilhado nas terras de inimigos! A mesma satisfação quando induziu
Herodes a matar os meninos abaixo de dois anos, pois esperava que o menino
Jesus estivesse entre eles!
E também, na mesma medida, indignação, quando não conseguiu impedir
Cristo de chegar à Cruz, pois ali Satanás foi derrotado e, ali mesmo, foi
concedida a graça redentora à
humanidade! Graça que liberta do pecado, graça que transforma, graça que dá
nova vida, graça que redime, que perdoa, que justifica, que purifica, graça que
nos coloca novamente em comunhão com o Deus Altíssimo!
Leia o livro sagrado intitulado Rute. Que relato lindo!
Podemos até sentir o Deus Altíssimo tomando a jovem moabita pela mão, como que
a dizer: Filha, prazer em recebê-la como parte do meu povo! Como fiquei feliz
em ouvir suas palavras “o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus”, vem.
Vou conduzi-la ao seu noivo e através de sua descendência o meu Filho virá ao
mundo trazer vida e salvação aos povos!
E onde havia trevas, resplandeceu a luz; onde não havia saída, o Deus Altíssimo abriu a porta, onde não havia cura,
houve restauração, onde tudo estava perdido, houve salvação, onde havia apenas
deserto, as flores se abriram espalhando perfume, cores, beleza!
“Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde
abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela
morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante
Jesus Cristo, nosso Senhor”. (Rm 5:20-21)
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