“Não temas, pois, servo meu Jacó, diz o Senhor,
nem te espantes, ó Israel; pois eis que te livrarei das terras de longe, e a
tua descendência da terra do exílio; Jacó voltará, e ficará tranquilo e em
sossego; e não haverá quem o atemorize. Porque eu sou contigo, diz o Senhor,
para salvar-te; por isso darei cabo de todas as nações entre as quais te
espalhei; de ti, porém, não darei cabo, mas castigar-te-ei em justa medida, e
de todo não te inocentarei. Naquele tempo, diz o Senhor, serei o Deus de todas
as tribos de Israel, e elas serão o meu povo. Com amor eterno eu te amei; por
isso com benignidade te atraí. Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai
nas terras longínquas do mar, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará
e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho. Não é Efraim meu precioso filho?
Filho das minhas delícias? Pois tantas vezes quantas falo contra ele, tantas
vezes ternamente me lembro dele; comove-se por ele o meu coração, deveras me
compadecerei dele, diz o Senhor”. (Jr 30:10-11; 31:1-3, 10, 20)
No texto sagrado acima, é possível identificar
algumas características do caráter do Deus Altíssimo, que nos possibilitam
entender situações embaraçosas, mas também, esclarecedoras. Por exemplo: o povo
de Deus estava sofrendo em exílio. Eles eram inocentes? Não! Por acaso, no
texto, você percebe Deus saltitante de alegria por ver Seu povo sofrendo? Não!
E as nações que foram palco onde o povo de Israel foi mantido como exilados,
eram santinhas? Não, não eram! O que o Senhor fala a respeito delas? Ele disse
que “darei cabo” delas! E o povo de Deus? Seria inocentado? Não! Deus disse que
eles seriam “castigados em justa medida, e de todo não te inocentarei”.
Porém, a principal verdade que salta aos nossos
olhos, é a expressão do amor de Deus pelo seu povo! O Deus altíssimo faz uma
declaração de amor, dizendo: “Com amor eterno eu te amei; por isso com
benignidade te atraí”. Alguém poderia argumentar: Se é assim, por que então
Deus permitiu o exílio? Não seria mais coerente ter evitado que o Seu povo
padecesse em terras estranhas? Tal argumento pode ser lógico, mas é destituído
de profundidade, posto que não expressa a verdadeira base do caráter de Deus.
Tal raciocínio leva alguns a colocarem a culpa
em Deus por todo o mal que acontece no mundo! E colocam o ser humano isento de
qualquer responsabilidade! É como se dissessem: Deus poderia muito bem ter
evitado que tal coisa acontecesse. Como se o ser humano fosse um robozinho que
só cumpre ordens! Destituído de vontade própria, de capacidade de pensar,
sentir e agir. Como se tudo dependesse única e exclusivamente de Deus! Até
poderia, porque Deus é soberano!
Porém, na Sua própria soberania, o Deus
Altíssimo planejou a criação do ser humano à Sua própria imagem e semelhança! E
isso nos torna responsáveis por nossas escolhas e ações. Isso não diminuiu em
nada a Soberania de Deus! Apenas nos torna responsáveis, sim! Assim como um pai
que prefere contar com o amor e gratidão de seus filhos, assim também, o Deus
Altíssimo espera de cada um de nós um relacionamento fundamentado no amor,
gratidão e fé, pois é isso que dá sentido a qualquer relacionamento afetivo.
“Finalmente, sede todos de igual ânimo,
compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal
por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para
isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança. Pois quem
quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que seus
lábios falem dolosamente; aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz
e empenhe-se por alcançá-la. Porque os olhos do Senhor repousam sobre os
justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor
está contra aqueles que praticam males”. (I Pe 3:8-12)
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