terça-feira, 27 de junho de 2017

VASO NOVO

“Palavra do Senhor que veio a Jeremias, dizendo: Dispõe-te, e desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. Então, veio a mim a palavra do Senhor: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? – diz o Senhor; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel”. (Jr 18:1-6)

Este é um dos textos sagrados mais inspirativos para o povo de Deus. Aqui percebemos o Deus Altíssimo fazendo uma analogia entre a obra artística de um oleiro e o ser humano, como barro nas mãos divinas, sendo trabalhado para ser transformado num vaso de bênçãos. O vaso de barro nas mãos do oleiro se estragou, mas ele, novamente, com perícia, reconstruiu, reformulou-o e conseguiu, finalmente, uma obra de arte!

É bem verdade que o Senhor está se referindo especificamente à casa de Israel, pois este povo, inúmeras vezes, se deteriorou em idolatria, tornando-se como barro sem forma, inútil e sem beleza, a tal ponto que poderia ser considerado como matéria descartável. Entretanto, o Deus Altíssimo mostrou ao profeta que se o oleiro, com paciência e determinação, é capaz de tantas vezes quantas necessárias tornar a trabalhar uma massa estragada até transformá-la num vaso novo, assim também, Ele, o Senhor, está disposto a trabalhar artisticamente o barro em Suas mãos, até transformá-lo num vaso de bênçãos!

É fato que o sentido destas palavras sagradas aplica-se a cada um de nós, pois lá no Éden, na oficina sagrada do Deus Altíssimo, Ele moldou, caprichou, desenhou o ser humano a partir do barro! E o fez tão bonito, tão puro, tão perfeito como o próprio Criador, pois colocou nela, na Sua criatura, a Sua própria imagem e semelhança! Mas... Oh! Alguma coisa aconteceu e o vaso precioso do Criador se quebrou, esmiuçou e passou a ser apenas barro.

Desistir? Nunca! E foi assim que o Deus Altíssimo, para restaurar a Sua criatura, usou o Molde Perfeito, ou seja, Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, através de quem o ser humano seria transformado numa nova criatura: pura, sem defeito, sem pecado, e pronto para refletir a glória de Deus! Maravilhoso, não? No entanto, é preciso lembrar que tal obra exigiu, assim como o barro que se esmiúça, Deus Pai permitiu que todas as nossas imperfeições fossem lançadas na cruz, onde, Ele, Cristo, moído pelos nossos pecados, verteu Seu sangue purificador!

Num mundo, onde o pecado arruína, destrói, estraga, corrói as vidas, Cristo é o poder que regenera, que transforma, que ilumina, que restaura, onde multidões, a exemplo de Zaqueu, da mulher samaritana, do cego de Jericó, agora curado, dos leprosos, agora sarados, das multidões famintas, agora saciadas, de Paulo, antes chamado Saulo... Sim, pessoas que experimentaram o poder regenerador do sangue de Cristo, a força transformadora de Sua presença, remodelando vidas, transformando corações, perdoando as culpas e colocando, novamente, o ser humano no lugar de honra que o Deus Altíssimo reservou para a Sua criatura!

Diante deste fato, não temos o direito de sentenciar as pessoas dizendo que não tem mais jeito, que não há mais o que fazer, de reduzi-las a barro descartável. Não é isso o que um bom oleiro faz. Ele nunca desiste de seu vaso! E acima de tudo, não é assim que o Deus Altíssimo age. Ele pagou alto preço para não desistir de nós! Em Cristo, Deus Pai nos transforma em vasos novos, vasos de honra, vasos de bênçãos!


Assim, o Senhor se expressou a respeito de Paulo, quando Ananias temia ir ao encontro dele, pois a fama de Paulo era a de ser perseguidor dos cristãos, antes de se converter a Cristo. “Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai! Este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome perante os gentios, os reis e os filhos de Israel. E eu lhe mostrarei o quanto deve padecer pelo meu nome”. (At 9:15-16)

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