“Ouvi a palavra que o Senhor vos fala a vós
outros, ó casa de Israel. Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho dos
gentios, nem vos espanteis com os sinais dos céus, porque com eles os gentios
se atemorizam. Porque os costumes dos povos são vaidade; pois cortam do bosque
um madeiro, obra das mãos do artífice, com machado; com prata e ouro o
enfeitam, com pregos e martelo o fixam, para que não oscile. Os ídolos são como
um espantalho em pepinal e não podem falar; necessitam de quem os leve,
porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal,
e não está neles o fazer o bem. Mas eles todos se tornaram estúpidos e loucos; seu
ensino é vão e morto como um pedaço de madeira. Traz-se prata batida de Társis
e ouro de Ufaz; os ídolos são obra de artífices e de mãos de ourives; azuis e
púrpuras são as suas vestes; todos eles são obra de homens hábeis. Todo homem
se tornou estúpido e não tem saber; todo ourives é envergonhado pela imagem que
ele mesmo esculpiu; pois as suas imagens são mentira, e nelas não há fôlego.
Vaidade são, obra ridícula; no tempo do seu castigo, virão a perecer. (Jr
10:1-5; 8-9; 14-15)
O texto sagrado acima fala por si só. Dispensa
comentários. É claro o bastante para indicar o quanto a idolatria ofende ao
Deus Altíssimo. Fala de ídolos esculpidos por mãos de artistas, homens hábeis.
O material: um madeiro, machado, prata e ouro para enfeitar (importadas de Társis
e Ufaz); pregos e martelos para fixa-lo (para que não oscile); tecidos em azul
e púrpura como vestes. Enfim, alguns diriam: uma obra de arte! Outros
suspirariam: Ah! É a rica cultura de um povo!
Entretanto, o que o Deus Altíssimo diz a
respeito de tudo isso? Anote: “os costumes dos povos são vaidade” (v. 3), “os
ídolos são como espantalho em pepinal”, “não podem falar”, “não podem andar”,
“não podem fazer mal, e não está neles o fazer o bem”, “as suas imagens são
mentira, e nelas não há fôlego” (v.14); “vaidade são, obra ridícula” (v.15). O
que mais surpreende é a disposição que existe no coração humano para se curvar
e adorar esses “espantalhos em pepinal”! E o que surpreende mais ainda é como o
povo de Israel se deixou seduzir pela idolatria dos gentios!
O profeta Jeremias, com lágrimas nos olhos -
pois era enviado pelo Senhor para falar ao povo sobre o resultado de tanta
idolatria - vendo seu povo caminhando a passos largos para a destruição,
profere o seu testemunho de fé: “Ninguém há semelhante a ti, ó Senhor; tu és
grande, e grande é o poder do teu nome. Quem te não temeria a ti, ó rei das
nações? Pois isto é a ti devido; porquanto, entre todos os sábios das nações e
em todo o seu reino, ninguém há semelhante a ti. Mas o Senhor é verdadeiramente
Deus; ele é o Deus vivo e o Rei eterno; do seu furor treme a terra, e as nações
não podem suportar a sua indignação. Assim lhes direis: Os deuses que não
fizeram os céus e a terra desaparecerão da terra e de debaixo destes céus. O
Senhor fez a terra pelo seu poder; estabeleceu o mundo por sua sabedoria e com
a sua inteligência estendeu os céus. Fazendo ele ribombar o trovão, logo há
tumulto de águas no céu, e sobem os vapores das extremidades da terra; ele cria
os relâmpagos para a chuva e dos seus depósitos faz sair o vento. [...] porque
ele é o Criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor
dos Exércitos é o seu nome”. (Jr 10:6-8; 10-13, 16)
Em nossos dias há um esforço muito grande em
minimizar aquilo que o registro sagrado coloca como Idolatria. Assim, arranjam
outras explicações, tais como: obras de arte, expressão cultural de um povo,
registros históricos que mostram o desenvolvimento do ser humano e outros
termos bonitos, cuja intenção é enfraquecer e desacreditar o cristianismo, pois
assim, os cristãos, da mesma forma como aconteceu com o povo de Israel, acabam
se curvando diante dos “costumes dos povos” e se submetem à mesma condenação,
deixando de lado o que as Escrituras afirmam: “Porquanto há um só Deus e um só
Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”. (I Tm 2:5)
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