“Caminhando Jesus, viu um homem cego de
nascença. E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus
pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais;
mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus. [...] Dito isso, cuspiu
na terra e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego,
dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer Enviado). Ele foi,
lavou-se, e voltou vendo”. (Jo 9:1-3,6-7)
Imagine a cena: Um homem cego de nascença, à
beira do caminho, com as mãos estendidas, pois era mendigo, dependia da bondade
das pessoas que passavam. De repente, ouviu um diálogo. Ele era cego, mas não
era surdo! Havia umas doze ou treze pessoas ali. Um deles era o principal, pois
fora chamado de “mestre”! A conversa ele ouviu bem: - Estão decidindo quem é o
culpado pela minha cegueira: eu ou meus pais? Gostei da resposta: - Nem eu nem
meus pais, mas sim, porque Deus tem um propósito para minha vida!
Em seguida, o Mestre cuspiu na terra e fez uma
espécie de “pomada” com a saliva, lambuzou os olhos do cego e prescreveu-lhe o
que ele deveria fazer: - Vai e lava-te no Tanque de Siloé! Perceba que o cego
não sabia quem era Jesus e, ainda assim, obedeceu “cegamente”! O texto diz:
“Ele foi, lavou-se, e voltou vendo”, simples assim, ele foi como cego,
lavou-se, e voltou curado!
Este milagre de Jesus causou uma verdadeira
revolução na cidade! As pessoas que estavam acostumadas com aquele cego,
diariamente sentado no seu posto, esmolando, agora notaram que ele não era mais
cego! Então, comentavam uns com os outros: - Mas aquele homem ali, não era o
mendigo cego que ficava sempre naquele mesmo lugar? Uns diziam: É ele. Outros:
Não, mas se parece com ele. E o homem que antes fora cego, mas que ouvia muito
bem, fazia questão de dizer: Sou eu.
As pessoas perguntavam, curiosas: Como
aconteceu isso? Ele não se cansava de contar: “O homem chamado Jesus fez lodo,
untou-me os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de Siloé, e lava-te. Então fui,
lavei-me, e estou vendo”. É possível que alguns até perguntassem: Você não
guardou um pouquinho daquela pomadinha?
Depois, fizeram questão de levar o homem para conversar
com os fariseus que, apesar de serem “religiosos”, eram inimigos de Cristo! E
lá vinha novamente todo o interrogatório! E o pobre homem já estava cansado de
repetir o depoimento. Finalmente, os fariseus decidiram: Tragam já aqui os pais
desse homem! Queremos ouvir deles se de fato o que ele está falando é verdade!
Assim, trouxeram o casal de velhinhos, tremendo
de medo dos fariseus e, diante das indagações eles confirmaram: Este é nosso
filho e nasceu cego, mas não sabemos quem o curou! Se você ler todo o relato
bíblico, vai perceber que o homem que fora cego, acabou discutindo com os
fariseus em defesa de Jesus e acabou sendo expulso por eles.
Enquanto caminhava, Cristo veio ao seu encontro
e lhe perguntou: “Crês tu no Filho do homem? Ele respondeu, e disse: Quem é,
Senhor, para que eu nele creia? E Jesus lhe disse: Já o tens visto e é o que
fala contigo. Então afirmou ele: Creio, Senhor; e o adorou”. (Jo 9:35-38) Este
homem foi curado duas vezes. Duas vezes ele foi procurado por Jesus. Ele foi
curado de sua cegueira física e foi curado também, de sua cegueira espiritual.
Com a mesma prontidão que o levou a obedecer, indo ao tanque de Siloé para lavar
os olhos, ele creu e aceitou o Senhor Jesus Cristo como Filho de Deus e
Salvador dos que creem!
Que beleza de testemunho! Que fé arrebatadora!
Que ousadia de palavras! Que convicção de fatos! "Prosseguiu Jesus: Eu vim a
este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem se
tornem cegos”. (Jo 9:39)
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