quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

SÊ PERFEITO!

“Quando Abrão tinha noventa e nove anos de idade, apareceu-lhe o Senhor e lhe disse: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença, e sê perfeito.” (Gn 17:1)

Duas exigências o Deus Altíssimo fez ao seu servo Abrão: “Anda na minha presença e sê perfeito”. Parece então, que a perfeição é o resultado de se andar na presença de Deus. Assim, é como se fosse uma reação em cadeia: a pessoa anda na presença do Senhor, torna-se perfeito e o poder de Deus se manifesta na vida dessa pessoa! Simples? Resta saber se isso é humanamente possível!

Será que o Deus Altíssimo está estabelecendo um padrão muito elevado para nós, pobres mortais? O que será que Abrão pensou ao ouvir estas palavras: Sê perfeito? Provavelmente ele pensou em todas as bobagens que já havia feito e sentiu um calafrio na espinha ao perceber a enorme responsabilidade que pesava em seus ombros: Perfeito? Eu?...

Será que a partir desse encontro com Deus, Abrão não pecou mais? Se lermos o registro sagrado, veremos que não muito tempo depois, Abrão mentiu novamente a respeito de Sarai. Mesmo que ele não tivesse cometido nem um deslize até aquele momento, a partir daquele instante, Abrão já não poderia considerar-se perfeito.

Será que quando Deus disse “sê perfeito”, Ele estaria dizendo que Abrão não deveria mais pecar? E isso seria possível? Se olharmos a natureza humana, diríamos que essa exigência de Deus em determinar a perfeição para o ser humano, está completamente fora da realidade. Porém, já que foi Deus mesmo quem proferiu estas palavras a Abrão, então, resta-nos procurar entender como atingir este estado de perfeição.

Temos aqui um dilema para resolver. Sim, porque as Escrituras revelam não haver um justo sequer! “Como está escrito: Não há justo, nem sequer um” (Rm 3:10);  “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” (Rm 3:23). Sendo assim, por que o Deus Altíssimo exigiu perfeição de Seu servo Abrão?  Como conciliar estas duas situações?

E a resposta é: a cruz de Cristo! Foi no Gólgota que Deus Pai resolveu o impasse do pecado! Foi ali, que o Deus Altíssimo providenciou a expiação das nossas transgressões! “Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados...” (I Pe 2:24) “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Is 53:5)

Quando Deus escolheu Abrão para dele fazer uma nação, é porque o Deus Altíssimo já estava preparando o caminho para a vinda do Salvador ao mundo. Assim, entenda-se: Não existe perfeição no ser humano! A perfeição está em Cristo Jesus! Por isso Ele se fez homem para assumir o nosso lugar e levar sobre Si as nossas culpas! Só Cristo satisfaz a exigência de Deus Pai.

O apóstolo Paulo escreveu: “ A Ele (Jesus) anunciamos, admoestando a todo homem, e ensinando a todo homem em sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo.” (Cl 1:28) Portanto, o cristão não é perfeito por obra e graça de sua própria competência, mas torna-se perfeito aos olhos de Deus, porque Deus mesmo atribui a nós a perfeição de Seu Filho Jesus Cristo!

“Com efeito nos convinha um sumo sacerdote, assim como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores, e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro por seus próprios pecados, depois pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à lei, constitui o Filho (Cristo), perfeito para sempre.” (Hb 7:26-28)


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