“Veio a mim
a palavra do Senhor: Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o
Senhor Deus: No orgulho do teu coração, tu dizes: Eu sou Deus, sobre a cadeira
de Deus me assento no meio dos mares (sendo tu homem, e não Deus), e estimas o
teu coração como se fora o coração de Deus. Pela extensão da tua sabedoria no
teu comércio aumentaste o teu poder, por causa do teu poder eleva-se o teu
coração. Portanto, assim diz o Senhor Deus: Visto que estimas o teu coração,
como se fora o coração de Deus, eu trarei sobre ti estrangeiros, os mais
formidáveis dentre as nações, os quais desembainharão as suas espadas contra a
formosura da tua sabedoria, e mancharão o teu resplendor. Dirás então diante
daquele que te matar: Eu sou Deus? Tu serás homem, e não Deus, na mão do que te
trespassa.” (Ez 28:1-9)
A história está cheia de
exemplos de personagens importantes que, na medida em que aumentava o poder e
domínio deles, aumentava também o orgulho e a vaidade nos corações. Daí, para a
pessoa se sentir como um deus, não precisa nem mais um passo e esse indivíduo
despenca no mesmo abismo em que se precipitou Satanás, o inimigo de Deus.
No relato bíblico do profeta
Ezequiel, Deus dirige-se, em primeiro plano, ao príncipe de Tiro, que
contaminado pelo veneno do orgulho, dizia no seu coração: Eu sou Deus, sobre a
cadeira de Deus me assento no meio dos mares. E Deus o repreende, dizendo:
Sendo tu homem, e não Deus, e estimas o teu coração como se fora o coração de
Deus. Num segundo plano, é possível distinguir Deus dirigindo-se àquele que
está por trás do príncipe de Tiro, ou seja, Satanás, o instigador, que induziu
a raça humana a se rebelar contra Deus, empurrando o ser humano a assumir
atitudes que o levem à mesma condenação que, outrora, ele fora sentenciado.
Não precisa procurar muito os
vestígios dessa inclinação no homem. Com frequência, vemos cantores famosos
mandando erigir estátua deles mesmos. Com que finalidade? Não basta ser famoso?
Precisa ser adorado também? E os líderes das nações? Alguns assumem uma postura
de superioridade e prepotência, achando que o mundo deveria agradecer por eles
terem nascido. Claro que é necessário fazer uma ressalva àqueles personagens
que fizeram mesmo por merecer consideração. Encontramos nas Escrituras
orientação no sentido de conferir honra e respeito às autoridades. O que
desagrada ao Senhor é o orgulho quando se instala no coração e leva a pessoa a
desejar disputar o trono de Deus.
É preciso entender que o Senhor
nosso Deus é o primeiro a valorizar o homem. Por isso o criou à sua imagem e
semelhança. Por isso colocou toda a criação sob o seu domínio. Por isso
procurava o homem no jardim do Éden, todos os dias, só pra conversar. O Senhor
nosso Deus não teria negado bem nenhum ao homem. Triste o momento em que a humanidade
resolveu acatar as insinuações do maligno. O homem deixou de ser feliz como
criatura de Deus, e passou a disputar com o Criador, a subestimar a Deus, a
considerar-se auto-suficiente, e por isso o mundo é o que é!
O que mais impressiona é que
sendo Deus soberano, em Cristo Jesus, Ele igualou-se ao ser humano. E de forma
humilde dirigiu-se à cruz para efetuar a nossa redenção!
“Tende em vós o mesmo sentimento
que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus não
julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou,
assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido
em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e
morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que
está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos
céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é
Senhor, para a glória de Deus Pai.” (Fp 2:5-11)
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