“Então, os príncipes dos filisteus se ajuntaram para oferecer grande sacrifício a seu deus Dagom e para se alegrarem; e diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo. Vendo-o o povo, louvavam ao seu deus, porque diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos o nosso inimigo, e o que destruía a nossa terra, e o que multiplicava os nossos mortos. Alegrando-se-lhes o coração, disseram: Mandai vir a Sansão, para que nos divirta. Trouxeram Sansão do cárcere, o qual os divertia. Quando o fizeram estar em pé entre as colunas, disse Sansão ao moço que o tinha pela mão: Deixa-me, para que apalpe as colunas em que se sustém a casa, para que me encoste a elas. Ora, a casa estava cheia de homens e mulheres, e também ali estavam todos os príncipes dos filisteus; e sobre o teto havia uns três mil homens e mulheres, que olhavam enquanto Sansão os divertia”. (Jz 16:23-27)
Segundo o relato bíblico acima, os príncipes, as autoridades e o povo filisteu resolveram realizar um grande evento festivo que poderíamos entender como “um culto de adoração, gratidão e louvor ao seu deus Dagom”! Essa solenidade seria dedicada a Dagom, um dos “deuses dos filisteus”! Podemos imaginar as propagandas, os cartazes, a imprensa da época, convidando, anunciando, ao som de músicas: Venham todos! Não percam esta festa! Nosso povo é vitorioso! Dagom é o “nosso deus”! Ele é mais poderoso que o Deus dos israelitas! Somos mais fortes! Venham ver e se divertir com Sansão, agora subjugado por nós! Sejam patriotas! Viva Dagom, “deus dos filisteus”! Viva nosso povo! Viva os filisteus!
Olhando sob o ponto de vista dos filisteus, a leitura que se faz é que Sansão fracassou! Na época, as nações pagãs costumavam levar “seus deuses” à frente das batalhas, e quando a vitória era conquistada, atribuíam os méritos “aos seus deuses”. Nesse sentido, consideravam seus deuses como mais fortes que os deuses de seus inimigos. A festa religiosa dos filisteus pretendia proclamar que Dagom era mais forte, mais deus, mais poderoso que o Deus Altíssimo! Assim, o clima entre os israelitas era de tristeza, decepção, desânimo e vergonha! Imaginem os filisteus rindo, cantando, fazendo Sansão de figura patética para zombarem dele e dos israelitas, inclusive do Senhor, o Deus Altíssimo! Era de doer o coração! Alguns acham que Dalila deveria estar no meio dos príncipes filisteus, sentindo-se figura patriótica, porém, eu imagino Dalila quebrando a cabeça, de tanto contar moedinhas de prata! Ou então, ela também não teve tempo de banhar-se na piscina cheinha de moedinhas de prata, como “tia Platina”!
O dia que deveria ser um marco para os filisteus, transformou-se em tragédia! Sansão, em seu último ato de servo de Deus, em seu último grito de guerra, em sua última oração ao Deus Altíssimo, em seu último arrependimento por ter rompido o seu voto de nazireu, suplica a Deus, só mais essa vez, por favor, como se dissesse em lágrimas, dá-me força para testemunhar que só Tu és Deus, único, soberano e que não caia sobre o Teu povo, por minha falha, por meus pecados, o vexame que estou causando! Perdão! Mostra, Senhor, não a minha força, mas a Tua, para Tua honra e glória!
Muitas lições precisamos aprender com Sansão e a forma como o Deus Altíssimo agiu em defesa de Seu servo (não em defesa de seus pecados), mas, em defesa de Sua própria honra, em defesa de Seu Nome, em defesa de Seu povo! Imagino aquelas pessoas em cima do teto da casa onde Dagom estava sendo homenageado, adorado, glorificado; por certo, aquelas pessoas, batiam palmas, riam, cantavam e apreciavam todos os atos da cerimônia! Eis que, de repente, houve estalos pela casa toda e, num instante, tudo desabou, soterrando, inclusive Dagom!
Com respeito a Sansão, o que aprendemos é que não devemos brincar com fogo! Entendo que Sansão poderia ter conquistado muitas outras vitórias em sua missão, se não fosse seduzido por mulheres, principalmente, mulheres iguais a Dalila! Pagou caro por isso! Entendo também, que, apesar de Sansão ter sido escolhido por Deus, ainda no ventre materno, sendo designado como nazireu, separado para o Senhor, ainda assim, ele era humano sujeito a falhar! E em seus atos finais, o Deus Altíssimo ouviu o seu clamor e agiu de forma contundente! Não sobrou nenhum príncipe filisteu para contar a história! Foram todos soterrados! E Dagom com eles!
Há muitos “dagons” na humanidade! O paganismo, a idolatria, os ídolos, a feitiçaria, as obras das trevas, o satanismo, ainda continuam a escravizar as nações, porém, as Escrituras continuam a proclamar: “Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: - testemunho que se deve prestar em tempos oportunos”. (I Tm 2:5-6)
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