“Maldito o dia em que nasci; não seja bendito o
dia em que me deu à luz minha mãe. Maldito o homem que deu as novas a meu pai,
dizendo: Nasceu-te um filho; alegrando-o com isso grandemente. Seja esse homem
como as cidades que o Senhor, sem ter compaixão, destruiu; ouça ele clamor pela
manhã, e ao meio dia, alarido. Por que não me matou Deus no ventre materno? Por
que minha mãe não foi minha sepultura? Ou não permaneceu grávida perpetuamente?
Por que saí do ventre materno tão somente para ver trabalho e tristeza, e para
que se consumam de vergonha os meus dias?” (Jr 20:14-18)
O texto acima mostra que o profeta Jeremias
amaldiçoou o dia em que ele nasceu. E ele não foi o único a fazer isso. Procure
em sua Bíblia e descubra quantos servos do Deus Altíssimo passaram por
angústias tão grandes, a ponto de não desejarem ter nascido! Você está
surpreso? Não deveria, pois, afinal, servir a Deus é tarefa gloriosa, porém,
também árdua! Tente descobrir os motivos de Jeremias e você vai entender a
razão de tanto sofrimento!
Por que você acha que o Senhor Jesus Cristo
verteu gotas de sangue no Gólgota e orou: “Meu Pai: Se possível, passe de mim
este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e, sim, como tu queres”. (Mt 26:39)
Alguns acham que ser cristão é viver alienado! Talvez até pensem: Ou esses
cristãos são mesmo felizes ou gostam de sofrer! E a verdade é que somos felizes
de fato, porém, temos consciência das lutas, das dificuldades, das aflições e,
surpresa: às vezes ficamos tristes também!
Todos, inclusive os cristãos, não estão livres
de passar por momentos difíceis. Existe a tal “crise existencial” que reflete
aqueles períodos em que você para, por não ter certeza do que quer e, de
repente, você se pergunta: Afinal, o que é que eu estou fazendo aqui? Pra que
finalidade eu nasci? Faço falta para alguém? Alguém se importa comigo?
Apesar disso, o cristão sabe, pelas Escrituras,
que aos olhos de Deus nossas vidas são preciosas! Reconhecemos que tudo o que o
Deus Altíssimo criou é bom, bom demais e tem uma boa finalidade! Pode ser que
em alguns momentos ficamos sem entender algumas situações! Mas a resposta vem
depois! O importante é você reconhecer o seu valor! Pois é certo que cada
pessoa tem valor! São valores diferentes, mas todos, igualmente preciosos!
Certa vez, observei algo interessante. Vi uma
árvore alta carregada de chuchus! Mas aquela árvore não era um pé de chuchu!
Era uma árvore que, afinal, nem produzia frutos. Acontece que a planta
rasteira, como é o caso do chuchu, resolveu nascer numa árvore e, sem pedir
licença, subiu, subiu, envolveu a árvore toda e começou a exibir seus frutos!
Todos podiam ver! No chão, ninguém veria, mas assim, numa árvore alta, era
bonito ver os chuchus ali pendurados!
Fiquei a imaginar se, afinal, não era uma
glória para aquela árvore dar suporte ao pé de chuchu! Cada planta tem a sua
estrutura e finalidade. Algumas árvores têm estrutura forte, mas não produzem
frutos. Outras produzem frutos ou legumes, mas não têm estrutura para suportar
o peso de seus próprios frutos. No exemplo citado, parece que as duas plantas
se ajudaram.
Se isso acontece com as plantas, não poderíamos
nós aprender esta lição com elas? Quando não podemos nós mesmos realizar alguma
coisa, por que então não ajudar ou dar suporte para que alguém possa fazê-lo?
Ajudando alguém de alguma forma a realizar alguma coisa, não estaria você
mesmo, participando desta realização? E isso não seria bem melhor e mais útil
do que ficar se lamentando sem saber o que fazer da vida?
Assim
também, o Deus Altíssimo nos deu esse exemplo. Por nos amar tanto, Ele enviou o
Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, para realizar algo que nós não podíamos
fazer! A razão das gotas de sangue vertidas no Getsêmani foi o preço que Ele
pagou pela nossa redenção!
“[...]
olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual em troca da
alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da
ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus”. (Hb 12:2)
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