“Então Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete vezes? Jesus lhe respondeu: Não digo até sete vezes, mas setenta vezes sete.” (Mt 18:21,22)
O Senhor Jesus Cristo disse ao apóstolo Pedro, que uma pessoa deveria ser perdoada setenta vezes sete. E o que significa esta matemática? Será que o sentido é mesmo meramente matemático? Eu creio que não. Há de ter um sentido mais profundo! Na verdade, não consigo imaginar alguém com um caderninho e vários nomes anotados ali e alguns traçinhos indicando: O João eu já perdoei duas vezes, a Maria, três, a Josefa, quatro, o Aristides, cinco... ah...esse aqui já completou quatrocentos e noventa...pronto! Acabou a quota, daqui em diante não tem mais chance! Seria isso?
Primeiro, que ninguém tem paciência para contabilizar perdão! Segundo, que se o perdão for resultado de uma equação matemática, não terá sentido nenhum! Terceiro, que se você tiver um caderno contra o seu próximo, ele também terá um caderno contra você! Na hora do acerto, você pode sair perdendo!
Sinceramente, eu ainda não entendi a razão dos números envolvendo o ato de perdoar. Porém, uma coisa eu entendi: Se desejamos compreender o mistério do perdão, é necessário apenas uma coisa: Contemplar a cena da crucificação! Ali, não há cálculo matemático! Ali, você percebe uma equação divina, onde os fatores que representam as nossas culpas, os nossos débitos, a nossa dívida, são lançados na conta de Cristo e Ele transforma tudo em zero! Anula o nosso débito! Cancela a nossa dívida! Abre o nosso crédito junto a Deus Pai! Após entendermos o que significa, a nosso favor, o sacrifício de Cristo, jogamos fora a máquina calculadora de perdão, e passamos a praticar o ato de perdoar, não mais com a mente, mas com o coração! Este exemplo, Deus mesmo nos deu de uma forma extraordinária, quando, por nos amar tanto, entregou o Seu Filho Jesus Cristo para ser o nosso substituto na cruz, e para aqueles que O reconhecem, Ele declara: “Pois lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.” (Jr 31:34)
Assim, diante de tanto amor, tanto perdão, o Senhor nosso Deus espera que fiquemos desarmados diante das ofensas, das mágoas, dos ressentimentos, e tenhamos um coração pronto a perdoar, atitude própria de quem segue a Cristo, padrão de comportamento cristão, postura de um cidadão dos céus, característica dos filhos de Deus, marca daqueles que são remidos por Cristo!
“Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou.” (Ef 4:32)
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