“Então estes presidentes e sátrapas foram
juntos ao rei, e disseram-lhe: Ó rei Dario, vive para sempre! Todos os
presidentes do reino, os prefeitos e sátrapas, conselheiros e governadores,
concordaram em que o rei devia baixar um decreto e fazer firme o interdito, que
qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus, ou
a qualquer homem, e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões. Agora, ó
rei, estabelece o interdito, e assina a escritura, para que não seja mudada,
conforme a lei dos medos e dos persas, que não se pode revogar. Por esta causa
o rei Dario assinou a escritura e o interdito”. (Dn 6:6-9)
Para que os políticos do império medo-persa
conseguissem derrubar a Daniel do seu posto, foi necessário que antes, eles
armassem também, uma cilada para o rei Dario. E o rei caiu nessa armadilha como
patinho! Também, pudera! Eles apelaram para a vaidade de Dario! Fizeram o
orgulho do rei ficar bem alimentado, e ele começou a se sentir lisonjeado,
pois, afinal, o decreto alisava o ego
dele como sabonete perfumado!
Dario começou a se sentir importantíssimo,
assim de um modo diferente, pois seria o alvo direto de todas as orações e
petições do povo! Sentiu-se num altar, já santificado, com uma auréola na
cabeça e um rosto angelical! Passou a andar de um modo mais macio, quase
flutuando! Ainda embevecido pelo clima de santidade, assinou o decreto. Só mais
tarde ele se deu conta da bobagem que fez!
Você percebeu que esse tal decreto mais parecia
uma medida provisória, pois valeria só por trinta dias, o tempo suficiente para
que os políticos do império conseguissem um motivo contra Daniel, que pudesse
fazer o profeta virar almoço dos leões. E que decreto mais inútil, não acha?
Tudo o que eles queriam era inventar uma lei para beneficiar a si próprios!
Qual era o objetivo disso tudo, afinal? Era
tirar Daniel do poder! Eles queriam o poder e prestígio do império medo-persa,
só para eles! Ninguém mais! Principalmente, o profeta Daniel! A verdade é que
eles tinham inveja de Daniel. Será que os métodos utilizados hoje pelos
políticos modernos, são diferentes dos utilizados na época do império
medo-persa? Acredito que os métodos mudaram um pouco, mas o princípio continua
o mesmo!
Qual é a lição que aprendemos desse episódio?
Muito simples: Cuidado com as lisonjas! Elas nos derrubam mais facilmente do
que um elefante correndo em disparada em nossa direção! Claro! Do elefante a
gente corre e se esconde, mas das palavras lisonjeiras, nós nos deixamos
envolver! Foi o que aconteceu com o rei Dario. Sem perceber a verdadeira
intenção dos políticos de seu império, ele assinou um decreto que o faria
perder o mais notável de seus colaboradores!
Assim, aprendemos que a lisonja é uma arma
infalível nas mãos do inimigo! Esta arma já levou a raça humana a cair no
pecado e se afastar de Deus. Lá no jardim do Éden esta tática já funcionou.
Quando o maligno disse a Eva que se ela comesse do fruto proibido, ou seja, da
árvore do conhecimento do bem e do mal, ela se tornaria igual a Deus, Eva
também se sentiu lisonjeada, imaginando-se poderosa, em igualdade com Deus, e
foi assim que a humanidade passou a trilhar o caminho do pecado.
E se você prestar bem atenção vai notar que
essa tendência continua envolvendo as pessoas. Até nas crianças a lisonja já se
manifesta. Já percebeu como os pequeninos conseguem dobrar os pais através da
lisonja? Quando querem alguma coisa, chegam com agrados, palavras afáveis,
elogios, doçura na voz, e pronto! Conseguem o que querem! Na escola? A mesma
coisa! Já começam levando uma maçã para a professora e se desdobram em
gentilezas e daí, para ganharem um pontinho a mais, fica fácil, fácil!
Para o cristão, prevalece o fato de que é a
verdade que deve triunfar! Lisonjas não refletem a verdade! Falsos elogios
escondem as verdadeiras intenções! Cristo, ao falar com as pessoas, não usava
de lisonjas. Era objetivo, claro e franco! Os que estavam dispostos a ouvir a
verdade permaneciam com Ele! Os que preferiam ser enganados, afastavam-se dEle!
E assim, aprendemos: Cristo quer conquistar-nos, não com lisonjas, mas com o
amor demonstrado na cruz!
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