“Ordenou o rei em alta voz que se introduzissem
os encantadores, os astrólogos e os feiticeiros, e disse o rei aos sábios de
Babilônia: Qualquer que ler esta escritura, e me declarar a sua interpretação,
será vestido de púrpura, e trará uma cadeia de ouro ao pescoço, e será, no
reino, o terceiro dominador. Então entraram todos os sábios do rei, mas não
puderam ler a escritura, nem fazer saber ao rei a sua interpretação. Então o
rei Belsazar perturbou-se muito, e mudou-se nele o seu semblante. Os seus
grandes estavam sobressaltados.” (Dn 5:7-9)
Bem, você notou, pelo relato acima que, mais
uma vez, um monarca precisou de seus assessores, e eles não foram capazes de
solucionar o problema do rei. Belsazar, aflito, sem saber a quem recorrer,
estava a ponto de desmaiar de desespero! Eis que então, a rainha entrou na sala
do banquete e tentando consolar o rei disse, em resumo, o seguinte: - Você não
ouviu falar de Daniel, o profeta? Nos tempos de Nabucodonosor, era ele quem
resolvia essas questões! Mande chamá-lo, imediatamente!
A rainha, por certo, devia trazer nas mãos o “currículo”
de Daniel: - Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos. Nos
dias de teu pai se achou nele luz, inteligência e sabedoria, como sabedoria dos
deuses. Nabucodonosor o constituiu chefe dos magos, dos feiticeiros, dos
astrólogos e dos adivinhadores. Este Daniel, a quem Nabucodonosor pôs o nome de
Beltessazar, tem um espírito excelente, e conhecimento, inteligência, interpretação
de sonhos, explicação de enigmas e solução de dúvidas. Em resumo, se há alguém
capaz de resolver esta questão, esse alguém é Daniel! Leia o discurso da rainha
em Daniel 5:10-12.
O que a rainha falou ao rei Belsazar a respeito
de Daniel, tem muita coisa de verdade, porém, em alguns aspectos, ela estava
equivocada. Que o profeta Daniel era sábio, inteligente, isso era, pois ele
recebeu do Deus Altíssimo a sabedoria e o discernimento para interpretar os
sonhos de Nabucodonosor. Que Daniel foi considerado dez vezes mais sábio que
todos os encantadores, astrólogos e feiticeiros de Babilônia, isso também era
verdade, mas daí dizer que ele era chefe desse “congresso de adivinhos”, isso
não!
Se Daniel fosse chefe dos adivinhos do rei, por
que então ele não estava no meio deles durante o banquete? Na verdade, Daniel
foi chamado e lembrado mais uma vez, só porque eles estavam em apuros. Quantas
vezes será necessário dizer que Daniel não era envolvido com práticas ligadas a
feitiçarias, encantamentos, astrologia e outras atividades voltadas à
adivinhação?
Daniel era temente a Deus! Daniel era homem de
oração! Daniel era homem de fé! Daniel era fiel ao Deus Altíssimo! E isso era o
que fazia a diferença entre ele e os adivinhos! Daniel não estava naquele
banquete, e jamais poderia estar lá! Era uma festa cujo propósito era ofender a
Deus! Blasfemaram o Nome do Senhor, Deus de Israel! Contaminaram os utensílios
santos do Senhor! Beberam vinho nos objetos consagrados ao culto do Deus
Altíssimo!
Daniel abominava aquele banquete e tudo o que
ele queria era estar bem longe dali! Pense o quanto o coração do profeta
deveria estar oprimido! É possível que Daniel, ao ouvir as gargalhadas daqueles
bêbados, os louvores que eles estavam entoando aos deuses babilônicos, e sabendo
que eles estavam profanando os utensílios consagrados ao serviço do Senhor,
sim, com certeza, o profeta Daniel fechava os ouvidos com as mãos para não
ouvir mais nada! Daniel não poderia nunca concordar com aquela festa pagã! Este
deve ter sido um dos momentos mais tristes de sua vida!
Belsazar ofereceu presentes ao profeta. Daniel
respondeu: “As tuas dádivas fiquem contigo, e dá os teus presentes a outro.
Todavia lerei ao rei a escritura, e lhe farei saber a interpretação”. (Dn
5:13-17) E assim aprendemos que fidelidade a Deus implica em não fazer pactos,
ou se deixar seduzir pelas obras das trevas.
E assim, Daniel foi convocado a se apresentar
diante de Belsazar, não para participar do banquete, mas, para dizer ao rei
qual era a interpretação da mensagem escrita por Deus na parede do palácio
real. Qual era a mensagem? E qual era o significado da mesma? “Esta, pois, é a
escritura que se traçou: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM. Esta é a interpretação
daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino, e deu cabo dele. TEQUEL: Pesado foste
na balança, e achado em falta. PERES (PARSIM): Dividido foi o teu reino, e dado
aos medos e aos persas”. (Dn 5:25-28)
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