O TEMPO DE DEUS

“No princípio criou Deus os céus e a terra.” (Gn 1:1)

                Existe certo desentendimento entre os cientistas e os religiosos a respeito do tempo da criação do universo. Afinal, quando todos nós nascemos, já estava tudo aí! Prontinho! Então, eis a questão: O mundo teria sido criado, por Deus, em seis dias, de vinte e quatro horas cada, entendendo-se como sendo exatamente o percurso originado pelos movimentos de rotação e translação ou seriam os bilhões e bilhões de anos que os cientistas dizem, baseados em estudos das camadas do solo?  Ou, baseados em cálculos complicadíssimos, equações matemáticas que só eles entendem?

                Nem todos os estudiosos das Escrituras gostam de entrar nesta questão. Se um teólogo se levanta e afirma que Deus criou o mundo em seis dias, aparecem os cientistas para alegarem que esta afirmação não tem base científica. E aí, como é que ficamos? A resposta está na própria Bíblia. O registro em Gênesis deixa bem claro que o que o Criador realizou em seis dias, foi na verdade, a reorganização de uma terra que já existia, não se sabe por quanto tempo. Observe o que diz o texto: “No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.” (Gn 1:1, 2)

                Primeira questão: Não diz que a terra foi criada no primeiro dia. O que o texto diz é que “no princípio criou Deus os céus e a terra”. Este “princípio” aqui indica que a origem é de Deus. Quando? Não sabemos.

                Segunda questão: “A terra era sem forma e vazia”. Esta expressão indica que a terra já existia em tempos remotos da eternidade passada. Revela também, que alguma coisa aconteceu e causou o desequilíbrio e a desorganização da terra. Alguns estudiosos entendem que, possivelmente, esta terra, em tempos remotos, teria sido o domínio de Lúcifer, antes de ter sido expulso dos céus. Leia Isaías 14:12-14 e Ezequiel 28:13-15.

                Assim, a catástrofe que tornou a terra sem forma e vazia, teria sido a iniqüidade em forma de soberba que destronou o inimigo de Deus.

                Terceira questão: É perfeitamente compreensível a ordem e a seqüência daquilo que o Senhor nosso Deus ordenou em cada um dos seis dias descritos em Gênesis, mas, em nenhum deles se faz referência à terra. Fala-se em luz, firmamento, separação entre águas e águas, quando se ordenou o ajuntamento das águas debaixo dos céus num só lugar e o aparecimento da “porção seca” a que Deus chamou de Terra. Ou seja, a porção seca já estava lá, aguardando a ordem para “aparecer! Fala-se também, de relva e sementes, luminares no firmamento, seres viventes no mar e na terra e, finalmente, a criação do homem.

                Contudo, uma coisa é certa: Se as camadas do solo testificam que a origem da terra antecede aos demais atos da criação, isso não é nenhuma novidade para nós, os cristãos, como também, não se constitui nenhuma surpresa, o fato de que o nosso Deus executou todos os atos da criação descrita em Gênesis, em seis dias. E olha que Deus sabia exatamente quantas horas tem um dia, pois Ele próprio designou o sol para governar o dia e a lua para governar a noite. Não foi necessário que algum cientista O avisasse disso!

                Finalmente, com todo o respeito e consideração devidos aos estudiosos e cientistas que batalham para desvendar os mistérios da criação, nós, os religiosos cristãos, admiramos muito mais o fato de que há mais de dois mil anos, Deus se manifestou humanamente ao mundo, enviando o seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, e não precisou de nenhuma nave espacial para isso! Ele o fez, usando o mesmo método criado por Ele naqueles preciosos seis dias da criação: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (Jo 1:14)